Galvão não economiza na corneta em jogo ruim da seleção contra o Chile

No primeiro jogo da seleção brasileira após a Copa América, Galvão Bueno não economizou na corneta durante a transmissão da partida contra o Chile, em Santiago, pelas Eliminatórias. O Brasil venceu, é verdade, mas o resultado foi incapaz de afastar as críticas do narrador — que foram desde a escalação ao comportamento de Neymar na reta final.

Galvão dividiu a transmissão da Globo com os comentaristas Roger Flores e Casagrande. Em uma partida com alterações forçadas pela ausência de jogadores do futebol inglês, houve pedidos por Hulk e Guilherme Arana.

"Tite, o Hulk está arrebentando no futebol brasileiro e não está jogando. Convocou ele pra quê?", indagou Galvão.

Com o mau desempenho da seleção no primeiro tempo, o narrador da Globo chegou a dizer que "empate era lucro" e, pouco depois, se mostrou incrédulo em relação a uma mudança rápida de jogadores logo após o intervalo.

"Eu não acredito que o Tite vá fazer mudança de jogador nesse começo de segundo tempo. Não é muito o estilo dele. Vamos ver...", disse ele.

Galvão "queimou a língua", porque Tite colocou Everton Ribeiro e Gerson para o começo da etapa final. E deu resultado, porque o Brasil teve uma melhora suficiente para fazer o gol, justamente com Everton Ribeiro.

A atuação de Neymar foi o destaque negativo do jogo. Galvão ponderou que, em relação ao craque do PSG, "a pré-temporada não foi assim, né?", indicando que ele estava fora de forma.

Mas um debate ao vivo surgiu sobre o que fazer com Neymar. Roger e Casagrande defenderam a substituição do camisa 10. Galvão emendou:

"Tirar o Neymar no microfone é mole. Tirar o Neymar lá como técnico é mais difícil".

O narrador da Globo também perdeu a paciência com o comportamento dos jogadores do Chile, sobretudo na reta final da partida. Àquela altura, Vidal já tinha desabado na área pedido um pênalti de Marquinhos.

"Olha só como eles vão para cima do juiz. Eu tô falando. Eu avisei! Faz tempo que estou nessa estrada, já perdi as contas de quantas vezes eu já fui ao Chile. 40 minutos, tão perdendo em casa, eles tumultuam mesmo", disse ele.

Instantes depois do apito final, com o clima ainda tenso em campo, rolou uma preocupação com o comportamento de Neymar. O camisa 10 discutiu com Vidal e com o zagueiro Maripán. O segurança da seleção chegou a puxar Neymar do bolo, mas recebeu um empurrão.

"Neymar não tem que discutir com ninguém a essa hora. Ô, Tite. Tira o Neymar. Vai que ele toma um cartão vermelho, entra na pilha dos chilenos. Já não tem o Marquinhos, vai que não tem o Neymar domingo, contra a Argentina", falou Galvão.

A transmissão terminou com um certo clima de alívio pela vitória brasileira, a ponto de Galvão Bueno repetir o bordão "tá em crise, chama o Chile", mesmo em um jogo enroscado.