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Talibã decide banir mulheres afegãs do esporte

Membro do Talibã passa em frente a um salão de beleza em Cabul, que teve imagens de mulheres na fachada vandalizadas - Walki Kohsar/AFP
Membro do Talibã passa em frente a um salão de beleza em Cabul, que teve imagens de mulheres na fachada vandalizadas Imagem: Walki Kohsar/AFP

Do UOL, em São Paulo

08/09/2021 09h36

Um porta-voz do Talibã, grupo extremista que tomou o poder no Afeganistão, disse que as mulheres afegãs serão proibidas de praticar esportes no país.

Em entrevista à TV australiana SBS, o vice-chefe da comissão cultural do Talibã, Ahmadullah Wasiq, disse que a medida se baseia na religião islâmica. Ele citou o críquete, um dos esportes mais tradicionais do país, como exemplo.

"Não acho que as mulheres poderão jogar críquete porque não é necessário que elas joguem. No críquete, elas podem enfrentar uma situação em que seus rostos e corpos ficam descobertos. O islamismo não permite que as mulheres sejam vistas assim", iniciou ele ao veículo.

"É a era da mídia. Vão existir fotos e vídeos, e então as pessoas assistirão. O islã e o emirado islâmico não permitem que as mulheres joguem críquete ou o tipo de esporte em que fiquem expostas", completou ele.

A federação afegã de críquete revelou ao jornal "The Guardian" que ainda não recebeu nenhum comunicado oficial do Talibã sobre o tema. No entanto, a entidade confirmou que o programa de formação para mulheres foi suspenso.

No mês passado, Wasiq havia dado "sinal verde" para que as equipes masculinas de críquete continuassem a atuar normalmente, inclusive participando de eventos internacionais.

De volta ao passado

Em 1996, quando o Talibã assumiu o poder pela primeira vez no Afeganistão, as mulheres foram as principais vítimas do regime.

Isso porque elas tiveram vários direitos suspensos pelo grupo extremista. Elas só podiam sair de casa, por exemplo, acompanhadas por um parente homem.

Além disto, todas eram obrigadas a utilizar uma burca para cobrir quase todo o corpo - havia punição para quem descumprisse a regra.

*Com informações da ANSA e Lancepress.