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OPINIÃO

Seixas: "Rivalidade entre Hamilton e Verstappen já é uma das maiores da F1"

Do UOL, em São Paulo

13/09/2021 04h00

A cada corrida desta temporada, a rivalidade entre Lewis Hamilton e Max Verstappen aumenta. Esta disputa ganhou um novo e intenso capítulo neste domingo (12), quando os dois se envolveram em um acidente que marcou o GP da Itália, vencido por Daniel Ricciardo. A oito corridas para o fim da temporada, ambos travam uma briga ferrenha pelo título. A batida em Monza apenas joga mais combustível em um duelo que já entrou para a história da categoria.

No Fim de Papo F1, live pós-corrida do UOL Esporte - com os jornalistas Fábio Seixas e Flavio Gomes - os comentaristas debateram se a rivalidade entre Hamilton e Verstappen já pode ser considerada como uma das principais da Fórmula 1 e quais os possíveis desdobramentos dela para as próximas corridas da temporada.

"Acho que sim. Fazia muito tempo que a gente não via isso acontecer na Fórmula 1. E é só o começo de uma história. O Hamilton acabou de renovar contrato por mais duas temporadas. Nada indica que nem ele, nem a Mercedes, nem o Verstappen e nem a Red Bull vão perder desempenho. Isso é muito legal. Hoje, talvez o Verstappen tenha mais condições de ser campeão ao final desta temporada, mas não dá para cravar. Está muito aberto. Faltam oito corridas para acabar. Para mim, é só o início de uma grande rivalidade, que já é uma das maiores da história da Fórmula 1", comentou Seixas.

O acidente poderia ter consequências bem mais graves se não fosse o halo. O carro de Verstappen ficou sobre o de Hamilton - o britânico disse que a Red Bull do holandês encostou em sua cabeça e também na nuca. Seixas lamentou a atitude do líder do Mundial de Pilotos que, após a batida, não se preocupou em ver se o piloto da Mercedes estava bem.

"Embora até a imprensa tenha tentado colocar fogo no duelo entre os dois, eles até agora têm um relacionamento cordial. Podem não ser os melhores amigos, mas eles têm mantido uma relação respeitosa, educada. Vamos ver se continua assim. Não foi legal a atitude do Verstappen de virar as costas e sair andando para os boxes sem nem ver como Hamilton estava", criticou Seixas.

Gomes concorda. "Um pouco dessa relação depende das declarações e reações depois do acidente. Mas existem alguns gestos que demonstram que essa cordialidade é muitas vezes frágil. Realmente, com o cara embaixo do carro dele, o Verstappen poderia ter demonstrado um mínimo de preocupação. Pode estar irritado, zangado, o que for, mas tem um piloto embaixo do carro dele. Não custava nada dar uma olhadinha e ver o que tinha acontecido. O Verstappen é muito marrentinho, um garoto. Certamente amadureceu nestes últimos anos e tem uma vasta experiência na Fórmula 1, mas é jovem. A juventude não é desculpa para qualquer coisa", opinou.

Para Seixas, o clima amistoso entre os dois pilotos não deve sofrer grandes abalos após o acidente deste domingo, mas ele acredita que o tom das declarações pode subir. "O Hamilton não vai entrar em nenhum duelo verbal com o Verstappen, que é mais esquentadinho. Os chefes das equipes de ambos também gostam de falar bastante. Estou curioso para entender como vai ser essa relação, por isso vou prestar bastante atenção em Sochi", disse, referindo-se ao GP da Rússia, a próxima etapa da temporada.

Gomes descartou qualquer hipótese de haver uma "segunda intenção" de Verstappen na batida, o que poderia criar uma polêmica entre os pilotos. "Foi um acidente em baixíssima velocidade. A consequência poderia ter sido grave porque, por uma conjunção de fatores físicos, um carro subiu no outro. Poderia ter sido grave nesse sentido, mas não foi causado por uma absoluta imprudência, falta de caráter ou de ética de um ou de outro. Não foi um acidente perigoso na origem", completou.

Não perca! A próxima edição do Fim de Papo F1 será em 26 de setembro, logo após o GP da Rússia.

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