Biles diz ao Senado que abusos de médico prejudicaram desempenho em Tóquio
A ginasta Simone Biles, uma das estrelas do esporte mundial, disse que seu desempenho nas Olimpíadas de Tóquio foi prejudicado por conta dos impactos dos abusos que sofreu por parte de Larry Nassar, médico que atuou por duas décadas no time de ginástica dos Estados Unidos e que foi preso em 2018, condenado perpetuamente por molestar mais de 150 mulheres.
A declaração da ginasta foi dada hoje durante o aguardado depoimento ao Comitê Judiciário do Senado norte-americano.
Segundo o Washington Post, a jovem de 24 anos chegou a tremer durante a sua fala. Ela, que alegou problemas de saúde mental durante os Jogos Olímpicos, acabou desistindo de atuar em algumas etapas.
Além de criticar Nassar, Biles culpou a federação de ginástica dos EUA, o Comitê Olímpico norte-americano e o FBI pela demora nas investigações contra Nassar.
"Não quero que outro jovem ginasta, atleta olímpico ou qualquer indivíduo experimente o horror que eu e centenas de outros sofremos antes, durante e até hoje, causado pelo abuso de Larry Nassar", iniciou ela.
"Para ser clara, culpo Larry Nassar e também culpo todo um sistema que permitiu e perpetrou seus abusos. A ginástica dos Estados Unidos e o Comitê Olímpico e Paraolímpico sabiam que fui abusada pelo médico oficial da equipe muito antes de isso virar tema de conhecimento de todos", prosseguiu.
Três companheiras da atleta, que também denunciaram abusos cometidos pelo médico, foram ouvidas: McKayla Maroney, Maggie Nichols e Aly Raisman.
"Imperdoável"
O diretor do FBI, Chris Wray, e o inspetor-geral do Departamento de Justiça do país, Michael Horowitz, testemunharam os depoimentos.
Em um determinado momento da sessão, Wray pediu a palavra para se desculpar com todas as atletas envolvidas, assumindo erro por parte do FBI.
"Lamento especialmente que pessoas do FBI que tiveram oportunidade de parar esse monstro em 2015 e falharam, e isso é imperdoável. Nunca deveria ter acontecido, e estamos fazendo tudo ao nosso alcance para que isso nunca aconteça novamente", falou.
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