Topo

Ginasta americana acusa FBI de 'distorcer testemunho e proteger abusador'

McKayla Maroney acusa FBI de proteger médico abusador - REUTERS ORG XMIT: GYM
McKayla Maroney acusa FBI de proteger médico abusador Imagem: REUTERS ORG XMIT: GYM

Do UOL, em São Paulo

16/09/2021 11h44

McKayla Maroney, ginasta norte-americana, revelou que o FBI distorceu seu testemunho para proteger Larry Nassar, ex-médico da seleção de ginástica artística dos Estados Unidos condenado por abuso sexual.

Em depoimento para comitê do Senado norte-americano que analisa a condução do caso pelo FBI, a ginasta afirmou que os investigadores ocultaram informações de seu testemunho. "Não apenas o FBI não relatou meu abuso, como quando finalmente documentou minha denúncia, 17 meses depois, eles fizeram afirmações totalmente falsas sobre o que eu disse".

McKayla disse ainda que negligência por parte do FBI foi para proteger o abusador: "Eles permitiram que um molestador de crianças ficasse em liberdade por mais de um ano e essa inação permitiu diretamente que o abuso de Nassar continuasse. De que adianta denunciar abusos se os próprios agentes do FBI vão se encarregar de enterrar esse relatório em uma gaveta?", completou ela.

Assim como McKayla, a ginasta Simone Biles também depôs ao comitê e endossou as críticas ao serviço de investigação. Ontem (15), Biles afirmou ainda que tanto ela como as 150 vítimas de Nassar irão carregar os traumas dos abusos para sempre.

"Competi nos Jogos de Tóquio como uma sobrevivente desses abusos e posso afirmar que isso afetou diretamente o meu desempenho na Olimpíada. Os abusos desse homem nunca acabaram ou foram esquecidos", declarou Biles.

Em seus depoimentos ao comitê, as ginastas choraram ao relembrar os traumas e a má condução do FBI. "Eu estava muito doente para ir falar com alguém pessoalmente e falar sobre o abuso gatilharia meu TSPT [tensão pós traumática] por dias", afirmou McKayla, que ainda descreveu os abusos que sofreu com o médico.

Larry Nassar foi médico da seleção de ginástica por 20 anos. Em 2018, o abusador foi preso e condenado à prisão perpétua por molestar mais de 150 mulheres.