Polícia investiga tenista Thiago Wild por supostos crimes contra ex-mulher
A polícia do Rio de Janeiro investiga o tenista Thiago Wild pelos crimes de violência psicológica, injúria e lesão corporal cometidos contra a ex-mulher, a biomédica e influencer Thayane Lima. Wild também foi proibido de se aproximar de Thayane.
"Sem que eu percebesse, ele fez com que eu mudasse tudo na minha vida. Passei a não poder usar decote, nem à praia eu podia ir pra não usar biquíni. Sempre usei unha grande, mas ele gostava de curta porque afirmava que unha grande era 'de puta'. Se a minha opinião política não fosse igual a dele — e de fato não é —, ele me chamava de burra e dizia que eu tinha que ficar com os 'pretos fod... que eu andava'. Thiago também mandou eu tirar meu piercing do nariz e reclamava do meu sotaque, dizendo que carioca fala 'igual favelado'", disse Thayane ao UOL.
"Um dia, ele machucou meu dedo, porque apertou até quase quebrar só porque ficou com raiva quando publiquei, nas redes sociais, uma foto sozinha e não com ele. Estávamos em um jantar com os pais dele e então ele apertou minha mão com muita força. Meu dedo ficou roxo e inchado. Quando Thiago ficava com raiva, ele me empurrava, puxava meu cabelo, me chamava de piranha, quenga, vagabunda, lixo, burra. Eu vivia em casa, não saía pra nada enquanto ele viajava. Só deixava ir na igreja (e uma vez fez escândalo quando demorei em uma reunião de lá), academia", relembrou a biomédica de 22 anos.
A reportagem do UOL Esporte entrou em contato com os representantes de Thiago Wild e o atleta não quis se manifestar até a publicação desta matéria. Atualmente, ele é o 129º colocado no ranking mundial e número 2 no Brasil.
Thayane relatou ter vivido um relacionamento abusivo ao lado de Thiago Wild. No início de agosto, ela descobriu várias traições do atleta, se separou dele e, desde então, está em tratamento psiquiátrico e psicológico.
Além da medida protetiva, a jovem, com auxílio da advogada Gabriela Amábile, entrou com uma ação de danos materiais e morais contra Thiago Wild. Quando conheceu o tenista, em 2019, a jovem trabalhava como influencer digital e fazia faculdade de biomedicina. Ela, inclusive, foi convidada para participar das seletivas da 20ª edição do Big Brother Brasil.
Aos 21 anos, ela já conseguia se manter sem precisar do apoio dos pais e pagava o aluguel do apartamento em que morava na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Tudo mudou depois que ela passou a se relacionar com Wild.
"Eu dependia financeiramente do Thiago. Estávamos numa união estável, então por pedido dele eu parei de trabalhar com as publicidades no Instagram. Após eu descobrir as várias traições, os pais dele ficaram cientes e alegaram que me dariam apoio material e psicológico junto com o Thiago, mas isso nunca aconteceu e acabei totalmente desamparada", declarou Thayane.
"Ele me deixou sem apoio nenhum. Ele cortou tudo, inclusive o cartão de crédito que era a única forma de dinheiro que eu tinha para comer, me locomover, comprar um remédio se fosse preciso. O pai de Thiago sugeriu um acordo, mas nenhum deles me beneficiava diante de tudo que o Thiago me fez passar. Percebi que seria mais um 'cala a boca' para que eu não expusesse coisas que eles não queriam que viessem a tona sobre o nosso relacionamento. Cheguei à conclusão que iria levar pra Justiça pois queria que a verdade viesse à tona", acrescentou
Ainda segundo a biomédica de 22 anos, o tenista não gostava do seu trabalho como influencer digital. Por esse motivo, ele se propôs a sustentá-la e, inclusive, alugar outro imóvel que era além das possibilidades financeiras dela. Com isso, Thayane chegou a perder mais de 400 mil seguidores de sua conta oficial do Instagram, a qual usava como meio de trabalho.
"Comecei a parar de trabalhar como influencer porque cada trabalho que eu fazia era uma briga de três dias, ele dizia que se sentia abalado e me proibia. Fui perdendo os contatos de pessoas que me ofereciam trabalhos e fiquei sem emprego", continuou a biomédica.
Assim que descobriu as traições e decidiu se separar, Thayane relata que ficou desamparada. Segundo a biomédica, uma das últimas ações de Thiago foi encerrar o contrato de aluguel, onde eles viviam e ela ainda morava, sem avisá-la. Ela apenas recebeu a notificação de despejo e irá se hospedar, de favor, na casa de uma amiga.
Thayane tentou entrar em acordo com Thiago e a família, mas, ainda segundo a jovem, eles "só se preocupavam em manter a imagem de bom atleta do tenista e tinham medo que os fatos da vida pessoal dele viesse à tona". Em uma das vezes que Thiago foi ao apartamento ao lado dos pais, ele ficou agressivo, chutou as portas e disse que a expulsaria da casa. Tudo na frente da família dele e da biomédica, inclusive da sobrinha dela de seis anos.
Ela ficou com medo e, por isso, decidiu entrar com a medida protetiva, que já está em vigência. Por fim, a biomédica entrará com uma ação de alimentos, direito que tem, segundo a advogada Gabriela Amábile, porque Thiago a deixou totalmente desamparada.
Como denunciar a violência doméstica psicológica
Da mesma maneira que outros tipos de violência contra a mulher: em flagrantes de violência doméstica, ou seja, quando alguém está presenciando esse tipo de agressão, a Polícia Militar deve ser acionada pelo telefone 190. O Ligue 180 é o canal criado para mulheres que estão passando por situações de violência. A Central de Atendimento à Mulher funciona em todo o país e também no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita.
O Ligue 180 recebe denúncias, dá orientação de especialistas e encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. Também é possível acionar esse serviço pelo Whatsapp. Neste caso, o telefone é (61) 99656-5008.
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