Slater do longboard? Ele foi campeão mundial em 1998 e hoje briga pelo tri
Kelly Slater, 50 anos. Joel Tudor, 45 anos. Ambos são norte-americanos, campeões mundiais de surfe e sinônimos de longevidade quando o assunto é esporte de alta performance. O primeiro já levantou o caneco 11 vezes —a primeira vez em 1992— e continua dando seu show particular nas etapas em que decide competir no "surfe de pranchinha". O segundo é referência no longboard (surfe de estilo mais clássico) e pode, agora em outubro, vencer o seu terceiro campeonato mundial, 23 anos depois de sua primeira conquista, em 1998 —a segunda foi em 2004.
Curiosamente, o possível novo título de Joel Tudor está, de alguma forma, ligado a Kelly Slater, uma vez que a próxima etapa do Mundial de Longboard será disputada, pela primeira vez na história da modalidade, na piscina de ondas do 11 vezes campeão, em Lemoore, na Califórnia. O evento acontece entre hoje (28) e amanhã (29).
O campeão será definido pelo desempenho em três etapas, uma delas já realizada, em fevereiro de 2020, na Austrália, e vencida por Tudor —que voltou a festejar uma vitória no circuito após 15 anos. "Acho que a última vez que ganhei este evento foi há 20 anos e a maioria dos competidores aqui nesta semana nem havia nascido", brincou Tudor, que virou surfista profissional aos 14, em entrevista à WSL (Liga Mundial de Surfe) após o evento.
Depois da piscina de ondas de Kelly Slater, a etapa em Malibu, também na Califórnia, entre os dias 3 e 13 de outubro, decidirá o grande campeão mundial de longboard de 2021. Havia mais provas previstas para o circuito, mas a pandemia obrigou a entidade a modificar o calendário.
Jiu-jitsu e amizade com brasileiro
A história de Tudor e Slater, apesar das semelhanças, também reúne muitas diferenças. Kelly Slater virou parte da elite do surfe no início da década de 90 e não parou mais, a não ser pelos três anos que preferiu se ausentar para "desenvolver novos projetos" —ele voltou em definitivo em 2002.
Joel Tudor parou por mais tempo. Ele deixou o circuito no início da década de 2000 e, em 2003, entrou para o mundo do jiu-jitsu. Ficou amigo de Rodrigo Medeiros, entrou para a academia afiliada à Carlson Gracie Academy e, em 2008, ganhou a faixa preta.
Ao longo dos anos, Joel Tudor se tornou um dos grandes embaixadores do jiu-jitsu no surfe e conquistou importantes medalhas no circuito da Federação Internacional de Jiu-Jitsu (IBJJF), como o Campeonato Nacional Americano.
Hoje, o surfista é dono de uma academia do esporte na Califórnia e também virou treinador de grappling, artes marciais que possuem luta corpo a corpo.
Volta ao circuito
A volta de Tudor ao circuito de surfe aconteceu só nos últimos anos, depois de a ASP (antiga WSL, Liga Mundial de Surfe) alterar os critérios de julgamento do Mundial de Longboard, retomando uma avaliação específica para o surfe clássico —especialidade do norte-americano.
Joel Tudor voltou a competir aos poucos. Em 2018, conseguiu um nono lugar na etapa de Nova York, e, no ano passado, mesmo sem muitas pretensões na Austrália, mostrou por que é um dos grandes nomes da história do longboard: "Eu não estava planejando competir, mas ganhei o wildcard, encontrei meu ritmo durante as baterias e nas semifinais percebi que poderia ganhar".
Além de competir no circuito, o surfista também realiza seus próprios eventos no chamado "Vans 'Joel Tudor Duct Tape Series", competição que procura celebrar o longboard tradicional.
Brasileiro vive drama
Bicampeão mundial de longboard assim como Tudor, Phil Rajzman, de 39 anos, seria mais um a buscar o tricampeonato, mas um problema com o visto deve impedir o surfista brasileiro de brigar pelo título. Seu passaporte está retido no Consulado dos Estados Unidos e o visto só deve ser liberado mediante uma entrevista agendada para o dia 29 de setembro.
Phil Rajzman corre para resolver o impasse desde junho. De acordo com a assessoria do atleta, o problema também é decorrente da pandemia, que fez o Consulado Americano suspender a concessão de visto e dificultou o agendamento da entrevista com mais antecedência e de forma emergencial.
"Infelizmente, corro o risco de não poder representar o Brasil no campeonato e nem brigar pelo meu terceiro título. Obviamente, entendo e respeito a atual crise sanitária devido à covid-19 mas me sinto prejudicado, pois dediquei praticamente a vida toda para estar na elite do surfe mundial e, agora, posso ficar fora dos dois eventos", lamentou.
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