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OPINIÃO

Gomes: "Verstappen mostrou grande frieza e capacidade de aguentar pressão"

Do UOL, em São Paulo

24/10/2021 19h31

Max Verstappen mostrou hoje que sabe lidar com pressão. Neste domingo (24), o piloto da Red Bull venceu o GP dos Estados Unidos ao manter o sangue frio e segurar a aproximação de Lewis Hamilton nas voltas finais da corrida. O holandês abriu doze pontos de vantagem sobre o britânico na liderança do Mundial de Pilotos.

No Fim de Papo F1, live pós-corrida do UOL Esporte - com os jornalistas Fábio Seixas e Flavio Gomes - os comentaristas analisaram os principais destaques da prova no Circuito das Américas. Ambos elogiaram a postura de Verstappen durante a corrida, algo que não havia acontecido nos treinos livres, quando o holandês chamou Hamilton de "estúpido" e mostrou o dedo do meio para o britânico.

"O Verstappen mostrou uma capacidade muito grande de aguentar a pressão e muita frieza. Quando a gente vê a diferença no cronômetro, se o Verstappen perdesse um segundinho na parada, perderia a corrida. Foi uma prova de muita precisão", comentou Gomes, lembrando que a diferença entre o primeiro e o segundo colocado foi de apenas 1s3.

Para Seixas, a Mercedes cometeu uma falha estratégica com os pit stops de Hamilton. "No momento em que Hamilton voltou atrás do Verstappen, pensei em erro crasso de estratégia da Mercedes. No momento em que o Verstappen parou, a Mercedes deveria ter chamado o Hamilton logo na volta seguinte, mas isso não aconteceu. O Verstappen começou a apertar o ritmo e também achei que a corrida havia ficado por ali", disse o colunista do UOL.

Gomes ressaltou que o plano da escuderia alemã poderia funcionar, já que Hamilton teve pneus em melhores condições nas voltas finais da corrida. "É uma discussão boa sobre se a Mercedes errou ou não na estratégia, porque no final quase deu muito certo. Ela fez a última parte da prova com um pneu oito voltas mais novo do que o Verstappen. Isso ajudou muito o Hamilton a se aproximar", enfatizou.

A história do GP dos EUA poderia ser diferente, na visão de Seixas, se a Mercedes mudasse sua estratégia e fizesse uma marcação mais próxima ao que a Red Bull fez. "O erro da Mercedes foi não ter tido jogo de cintura para mudar a estratégia. Ela cumpriu à risca o que havia definido antes da prova. Acho que a Mercedes tinha um plano, ficou com ele e esse foi o erro. No momento em que você lidera uma prova, tem que ser conservador. Não tem que inventar. Quando o Verstappen entrou, o Hamilton tinha que ter entrado na volta seguinte. Quase deu e poderia ter dado. Em se tratando do Hamilton, isso pode funcionar, mas na linha de chegada o Verstappen foi o primeiro e agora tem doze pontos de vantagem", colocou.

Embora tenha sido uma corrida na qual o 'jogo de xadrez' prevaleceu, Gomes elogiou o desempenho dos dois primeiros colocados. "Verstappen perdeu a liderança logo na primeira volta para Hamilton. Quando ele voltou do primeiro pit stop atrás do Verstappen, até escrevi 'e assim o Grande Prêmio acabou'. Mas nas últimas voltas, ele começou a crescer no espelhinho do Verstappen e tivemos uma prova tensa até o final. Não foi uma prova de disputas excepcionais, mas foi uma corrida de qualidade de pilotagem muito acima da média desses dois pilotos", ressaltou.

Com a vitória nos EUA, Verstappen e a Red Bull deram um passo crucial para a definição do Mundial de Pilotos, na visão de Seixas. "Ficam algumas mensagens desse GP dos EUA. A Red Bull ganhou uma corrida na casa da Mercedes, que dominou lá nos últimos anos. É um tipo de corrida na qual os estrategistas, quando fazem suas previsões no começo do ano, imagino que o da Red Bull tenha colocado que essa era da Mercedes. Outro fato é que o Verstappen aguentou a pressão. Se o vimos nervosinho na sexta e dando chilique, colocando em dúvida a capacidade dele de segurar a pressão, hoje vimos o que ele fez. Tinha o Hamilton atrás dele e foi impecável naquelas voltas finais", concluiu.

Não perca! A próxima edição do Fim de Papo F1 será em 7 de novembro, após o GP do México.

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