Seixas: "Ultrapassagem de Hamilton sobre Verstappen foi a maior do ano"

O GP de São Paulo foi repleto de ótimos momentos, mas o mais emblemático deles foi a ultrapassagem de Lewis Hamilton sobre Max Verstappen, que definiu o resultado da corrida deste domingo (14). A manobra, que levantou o público presente no circuito de Interlagos (e também provavelmente quem acompanhou a corrida pela TV), levou o britânico à vitória e mostrou que ele continua vivo na disputa pelo título mundial.

No Fim de Papo F1, live pós-corrida do UOL Esporte - com os jornalistas Fábio Seixas e Flavio Gomes - os comentaristas falaram sobre o momento de ápice da corrida no circuito paulistano. Ambos consideraram a manobra como a maior ultrapassagem do ano.

"Foi a grande ultrapassagem desta temporada. Tivemos uma manobra entre dois duelistas pelo título, com o perseguidor passando o perseguido na parte final de uma corrida que é reta final de campeonato. Ficamos tanto tempo sem ultrapassagens, reclamando de falta de emoção e, a 13 voltas do fim, o Hamilton coloca por fora depois de ter tomado uma invertida onze voltas antes. Ele vai, consegue concluir a manobra e assume a primeira colocação da prova", comentou Seixas.

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O colunista do UOL se referiu à primeira tentativa de ultrapassagem de Hamilton sobre Verstappen, quando o holandês fechou a porta, os dois foram para a área de escape e o holandês se manteve na liderança. Sobre esta manobra, Gomes destacou que não houve imprudência do piloto da Red Bull e chamou a atenção para o local usado por Hamilton para dar o bote no rival.

"As tentativas de ultrapassagem do Hamilton sobre o Verstappen aconteceram na freada da curva do Lago, diferentemente da maioria das ultrapassagens que ele fez no início da corrida, no S do Senna, que é um ponto muito claro de ultrapassagens no autódromo de Interlagos. Na primeira, na volta 48, ele tentou por fora, o Verstappen freou lá longe. Não houve punição a ninguém. Depois, o Hamilton teve paciência e, na volta 59, finalmente fez a ultrapassagem pelo lado de fora, de novo, antes da freada", ressaltou Gomes.

Seixas também achou que a defesa de Verstappen na primeira tentativa de Hamilton foi leal. "Em um primeiro momento, não achei deslealdade do Verstappen na primeira tentativa. Ele foi bastante duro, no limite da lealdade, mas ainda acho que está dentro das regras. Sou sempre a favor de haver uma disputa e deixar os caras se resolverem na pista em vez de vir uma punição. Que bom que a FIA entendeu assim também e os comissários deixaram a coisa acontecer. Se houvesse punição, o Hamilton teria ocupado a primeira posição e a gente não teria visto a belíssima manobra dele onze voltas depois", analisou.

Gomes lembrou que a manobra do britânico pode ganhar um valor ainda maior, já que deixou a disputa pelo título mundial em aberto. "Foi a ultrapassagem do ano, que valeu uma vitória e pode valer uma retomada do Hamilton na luta pelo octocampeonato. Foi, de fato, um momento brilhante, maravilhoso da corrida, desse campeonato e eu diria que da história da Fórmula 1. Uma luta tão bonita entre pilotos talentosos, capacitados e de gerações tão diferentes", enfatizou.

Para Seixas, Verstappen não tinha mesmo como segurar o piloto da Mercedes, que estava com um carro em melhores condições. "O Hamilton mergulhou e o Verstappen não teve o que fazer. Ele chegou a mudar duas vezes de posição e levou uma advertência por isso. O Verstappen foi irônico com os comissários e o Hamilton abriu vantagem. Na entrevista depois da prova, ele disse que, depois daquele momento, não tinha carro para conseguir se aproximar. Se ele mal tinha para se defender, tinha muito menos para tentar o contra-ataque", finalizou.

Não perca! A próxima edição do Fim de Papo F1 será em 21 de novembro, após o GP do Qatar.