Max Verstappen ainda lidera o Mundial de Pilotos, mas vê pelo retrovisor a perigosa aproximação de Lewis Hamilton. Com as vitórias obtidas nos GPs de São Paulo e do Qatar, o britânico reduziu de 21 para apenas oito pontos a distância para o holandês, a duas corridas do fim da temporada. O bom momento da Mercedes sugere uma disputa acirrada entre eles até a última curva do campeonato.
No Fim de Papo F1, live pós-corrida do UOL Esporte - com os jornalistas Fábio Seixas e Flavio Gomes - os comentaristas conversaram sobre os momentos de tensão que antecedem o GP da Arábia Saudita, em 5 de dezembro. Ambos consideram que Hamilton vive melhor momento do que Verstappen, mas nada está perto de qualquer definição.
"As próximas semanas vão ser infernais para o Verstappen. Ele não vê a hora de sentar logo no carro lá em Jedá, começar a acelerar e ver em que pé as coisas estão, e torcer, rezar e trabalhar muito com a Red Bull para a equipe reagir. A Red Bull levou um banho da Mercedes em Interlagos e no Qatar", analisou Seixas.
Gomes destacou que os próximos dias serão marcados pelas disputas de bastidores entre membros da Mercedes e da Red Bull. "Vamos acompanhar uma certa guerrinha psicológica nessas próximas semanas porque, desde o GP do Brasil, tivemos essa história de punir um e não o outro. Houve a punição para a Mercedes em Interlagos, que foi rigorosa demais para muita gente. O Hamilton foi lá para trás na sprint race, depois perdeu cinco posições no grid. Aí passou batida a espalhada que o Verstappen deu, mas agora foi punido pouco antes da corrida", apontou.
Para Seixas, a Mercedes acertou em cheio no plano para a corrida em Interlagos, quando trocou o motor de Hamilton. "O Hamilton tem esse trunfo na manga. Aquele motor que voou em Interlagos está lá, guardadinha em uma caixa nos boxes da Mercedes para entrar no carro do Hamilton nas duas últimas provas. A estratégia da Mercedes e a maneira como ela pensou nessa utilização nas últimas etapas do ano foi genial. Quando veio a notícia de que o Hamilton não estava usando o motor novo na classificação [no Qatar], ali foi um golpe pesado na Red Bull", avaliou o colunista do UOL.
Gomes prevê dias agitados e de declarações que devem esquentar ainda mais o clima na disputa pelo título. Na visão dele, algo positivo para a competição. "Essa guerra psicológica vai se manter e é legal, porque isso também faz o campeonato ser inesquecível", disse.
Seixas prevê longos dias de trabalho para Verstappen e a Red Bull para reverter o quadro favorável ao piloto da Mercedes. "O Hamilton estava sorridente depois da prova e o Verstappen dizendo 'foi o que deu para conseguir'. Foi igualzinho ao discurso de Interlagos. Vão ser dias complicados para a cabeça do Verstappen, que não deve ver a hora de sentar no carro lá em Jedá. Vamos ver o que acontece nessas duas últimas etapas do campeonato. Agora, o momento, com tantas mudanças ao longo do ano, é do Lewis Hamilton", concluiu.
Não perca! A próxima edição do Fim de Papo F1 será em 5 de dezembro, logo após o GP da Arábia Saudita.
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