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Porco que viraria almoço de flamenguistas na final foi salvo por R$ 250

Porco que foi resgatado por ativista seria abatido no dia da final da Libertadores - Toca do Bicho
Porco que foi resgatado por ativista seria abatido no dia da final da Libertadores Imagem: Toca do Bicho

Flavio Latif

Do UOL, em São Paulo

26/11/2021 12h33

Um grupo de ativistas resgatou um porco que estava amarrado por uma corda em uma árvore — com a bandeira do Palmeiras — em um dos acessos do Maracanã. De acordo com quem resgatou o animal, o objetivo do dono do porco era assá-lo durante a final da Libertadores que acontece amanhã (27), entre Palmeiras e Flamengo, às 17h (de Brasília).

Quem fez a denúncia de que o porco estava amarrado sem comida e água foi João Valois, por meio de suas redes sociais. Ativista há mais de 15 anos, João afirmou ao UOL Esporte que recebeu diversas denúncias sobre o porco e que seus amigos na batalha contra os maus tratos aos animais tiveram que pagar R$ 250 para libertar o animal.

"A repercussão da publicação foi muito grande, e uma amiga minha que mora na Tijuca me ligou e disse que estava indo ao Maracanã. Mas ela é muito nova e o dono do porco começou a ameaçar ela. Disse que o porco era dele e faria o que bem entendia com ele", disse.

"Outros seguidores foram lá pressionar o cara para soltar o porco. No final das contas, uma seguidora minha pagou R$ 250 para liberar o porquinho. Um amigo meu o levou para a casa dele, para passar a noite, e hoje ele será levado para o Projeto Toca do Bicho", acrescentou.

João ainda ressaltou que também é torcedor do Flamengo, e estará na expectativa pelo título da competição continental. No entanto, quando se deparou com a foto do porco amarrado, ficou muito incomodado e queria que os torcedores do seu time dessem o exemplo, e não que tomassem uma atitude como essa.

"Eu sou flamenguista doente, mas antes de ser Flamengo eu sou amante de animais. Quando recebi aquela foto eu pensei que os torcedores do meu time têm que dar exemplo, não podem fazer uma brincadeira ridícula dessa", relatou.

"Decidi postar nas minhas redes sociais para que os torcedores não fizessem, se eles querem fazer que façam com um bichinho de pelúcia. É legal a provocação e a brincadeira, mas não quando ela envolve uma pessoa, um animal ou o meio ambiente. Imagina se torcedores do Palmeiras depenassem um urubu, isso é crime, seria ridículo. O mesmo vale para um porco — bater, machucar ou matar ele'', concluiu.

João Valois é fundador do movimento ativista "Cadeia Para Quem Maltrata Os Animais". Seu objetivo é que a lei nº 14.064/2020 (Lei Sansão) — que aumentou a pena para maus-tratos a cães e gatos, de dois a cinco anos de prisão — valha para todos os animais. Ele sonha com uma punição mais severa que dê de 5 a 10 anos de prisão.