Ator de La Casa de Papel foi campeão de boxe e kickboxing antes de atuar
Com o nome praticamente impronunciável para os padrões brasileiros, o ator Hovik Keuchkerian ficou conhecido no Brasil apenas como Bogotá, de "La Casa de Papel", série que teve seu desfecho liberado pela Netflix nesta semana. Como integrante do grupo de assaltantes mais famoso da ficção, o ator, de ascendência armênia-espanhola, ganhou muitos fãs brasileiros. Mas pouca gente sabe que Keuchkerian, agora com 49 anos, foi lutador de boxe e kickboxing antes de começar a atuar. Ele chegou a ser campeão nacional nas duas categorias.
Em entrevista, ele contou que jogava basquete antes de ingressar no mundo das lutas, mas deixou o esporte coletivo depois que fraturou o tornozelo.
"Chegou um momento em que eu não queria treinar com a bola e queria ter a sensação de subir em um ringue. Quando finalmente subi, foi algo único, e eu estava com muito medo. Normalmente, na vida, quando algo me assusta, continuo até que o sentimento possa ser mais ou menos controlado. Toda a minha carreira de pugilista foi uma universidade brutal, e aplico tudo que aprendi a tudo."
O primeiro título foi em 1996, quando Keuchkerian venceu o campeonato espanhol de kickboxing. Um ano depois, se arriscou no boxe amador e foi novamente campeão na categoria peso pesado. Em 1999, se tornou profissional e quatro anos depois conquistou seu primeiro título nacional. Em 2004, manteve o cinturão. Neste período, promovia suas próprias lutas e dirigia uma academia em Madrid.
Como pugilista profissional, alcançou a marca de 17 lutas, com 16 vitórias —15 delas por nocaute— e apenas uma derrota.
Bebidas, stand-up e poesias
Apesar da vitoriosa carreira como pugilista, Keuchkerian disse que se cansou de lutar e se aposentou em 2005, aos 32 anos.
"A merda de parar de perseguir um sonho é que, na manhã seguinte, você tem um buraco absoluto. O dia é muito longo e você não sabe o que fazer", disse ele em entrevista recente nos bastidores da série "La Casa de Papel".
Com o fim da carreira, o ex-pugilista perdeu a motivação e começou a beber. Incentivado por um amigo, passou a escrever e interpretar espetáculos de stand-up. "Eu perdi a paixão. Tive dois ou três anos que andei sem rumo. E os [espetáculos de] stand-up me devolveram esse foco".
A partir daí, começou a ser convidado para produções teatrais, na televisão e no cinema. Ele também apostou na carreira de escritor e já publicou quatro livros —dois de poesia, um de contos e um ensaio— entre 2005 e 2014.
Apesar das múltiplas atividades, o álcool continuou sendo um companheiro até pouco tempo atrás, quando a mãe lhe telefonou preocupada, contou ele ao programa El Hormiguero, da TV espanhola.
"Ele me levou para o canto do ringue e jogou tudo em mim. Minha mãe era Joe Frazier [ex-campeão mundial de boxe] ao telefone. Ela disse: 'Você é gordo, é tóxico, é feio, está curvado ... Basicamente, um pedaço de merda'", contou ele. As palavras da mãe o tocaram e, com o fim das gravações de "La Casa de Papel", ele decidiu descansar.
"Estou me encontrando novamente. Eu ganhei um ano. Em um ano, estarei perfeitamente preparado para a guerra", disse.
Além de "La Casa de Papel", o ator trabalhou em produções como O Homem que Matou Dom Quixote, Assassin' Creed e Clube dos Infiéis Honestos. Também faz parte do elenco de Rainbow, do diretor Paco León, que ainda não tem data de estreia.
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