Nadadora olímpica acusa pai de violência física e sexual
A nadadora húngara Liliana Szilágyi, de 25 anos, publicou hoje (30) um testemunho doloroso que revela abusos físicos e sexuais praticados por seu pai que seu pai desde a infância. Ela já disputou duas edições dos Jogos Olímpicos, mas no ano passado interrompeu a carreira e desistiu da Tóquio-2020 por problemas pessoais.
"Depois de tanta dor e luta, decidi falar de um tema necessário. Um homem de quem eu deveria receber amor e carinho abusou de mim. Meu pai me abusou. Fisicamente, espiritualmente e sexualmente. Desde que eu era menina, de forma constante e imprevisível, seja com castigo corporal, intimidação, privação de amor e atenção ou abuso sexual", contou Szilágyi em publicação nas redes sociais.
O pai acusado dos abusos é Zoltán Szilagyi, atualmente com 54 anos, que integrou as equipes de natação da Hungria nas Olimpíadas em Seul-1988, Barcelona-1992 e Sydney-2000. Ele também foi treinador de Liliana.
"Eu teria aceitado qualquer coisa para aceitar amor, até que me dei conta de que era uma ilusão. [O pai] golpeava a minha mãe diante de meus olhos quando ela estava grávida ou se eu não conseguia o resultado que ele queria. Eu era apenas um instrumento, uma marionete", relata a atleta.
Szilágyi foi a nadadora mais jovem da Hungria na Olimpíada de Londres, em 2012, depois alcançou seu melhor desempenho olímpico na Rio-2016, quando chegou às semifinais nos 100m e 200m borboleta. Ela levou dois ouros nos Jogos da Juventude de Nanjing, em 2014, e é a recordista dos 100m borboleta em seu país (57.54s), mas em dezembro de 2020 anunciou a desistência da Tóquio-2020, desapareceu das vida pública por vários meses e só voltou às redes sociais recentemente.
Há cerca de um ano, Liliana Szilagyi havia assinado um comunicado oficial dizendo que enfrentava problemas pessoais "já há algum tempo" e explicando que precisava de um tempo. "Não somos máquinas, somos humanos", dizia o texto.
Ela rompeu contato com Zoltán Szilagyi em 2016, após ser medalhista do Campeonato Europeu de Esportes Aquáticos, principal competição das modalidades no continente. "Se houvesse rompido antes, ele faria coisas inimagináveis para nós como consequência, degradando nossa personalidade, tirando de nós consciência e emoções", explica.
"Compartilho minhas histórias para que [outras vítimas] não achem que estão sozinhas. A sensação de liberdade é melhor do que qualquer outra coisa, e eu não sou uma escrava da minha própria vida", conclui Liliana no texto.
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