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Ministro diz que presença de Djokovic pode aumentar sentimento antivacina

Novak Djokovic foi detido na Austrália após ter visto novamente cancelado - Mike FREY / AFP
Novak Djokovic foi detido na Austrália após ter visto novamente cancelado Imagem: Mike FREY / AFP

Do UOL, em São Paulo

15/01/2022 10h05

Documentos arquivados na Justiça revelaram a justificativa do ministro da Imigração da Austrália, Alex Hawke, para cancelar o visto do tenista Novak Djokovic, que está em Melbourne para disputar o Australian Open.

Segundo Hawke, Djokovic ter testado positivo para a covid-19 em dezembro significa que ele era um "risco insignificante para aqueles ao seu redor", mas que o sérvio era "percebido por alguns como um talismã de uma comunidade de sentimento antivacina".

"Considero que a presença de Djokovic na Austrália pode levar a um aumento no sentimento antivacina gerado na comunidade australiana, potencialmente levando a um aumento na agitação civil do tipo anteriormente experimentado na Austrália, com comícios e protestos que podem ser um fonte de transmissão comunitária", disse o ministro.

"O Sr. Djokovic é uma pessoa de influência e status. Tendo em conta a conduta de Djokovic após receber um resultado positivo para covid-19, suas opiniões publicamente declaradas, bem como seu status de não vacinado, considero que sua presença contínua na Austrália pode encorajar outras pessoas a desconsiderar ou agir de forma inconsistente com os conselhos de saúde pública e políticas na Austrália."

Ontem, Hawke usou seu poder pessoal para cancelar o visto de Djokovic. A defesa do tenista recorreu da decisão, e uma audiência na noite de hoje (manhã de domingo na Austrália) decidirá se o sérvio recuperará o visto australiano ou se será deportado.

Na noite de ontem (manhã de sábado na Austrália), Djokovic foi detido novamente enquanto a Justiça examina o recurso apresentado pelos advogados do atleta.

Entenda o caso

O tenista entrou na Austrália em 5 de janeiro sem se vacinar, alegando que testou positivo para covid-19 em 16 de dezembro — o estado de Victoria (onde está situada Melbourne, a sede do Australian Open) determinou que só pessoas vacinadas poderiam entrar parar jogar o torneio.

Ao desembarcar no aeroporto, ele foi parado pela polícia alfandegária por não apresentar todos os documentos necessários para justificar a entrada no território australiano. Djoko teve o visto inicialmente cancelado por representar risco para a saúde pública, mas entrou na Justiça e ganhou o direito de entrar no país.

Desde então, havia expectativa para saber se Hawke cancelaria o visto do sérvio, o que aconteceu ontem. Agora, além de correr o risco de ser deportado, o tenista pode ser impedido de entrar na Austrália por três anos.