Topo

Como é estar no estádio ostentação de R$ 30 bi que vai receber Super Bowl

Rafael Belattini

Colaboração para o UOL, em Los Angeles (EUA)

09/02/2022 04h00

Um dos maiores eventos esportivos do mundo, o Super Bowl LVI, decisão da NFL, deste domingo terá um palco que faz jus aos bilhões de dólares que a NFL fatura todos os anos.

A decisão a temporada, que será entre Cincinnati Bengals e Los Angeles Rams, acontecerá no SoFi Stadium, inaugurado em 2020, e mais cara arena esportiva de todo o mundo, com um custo de 5,5 bilhões de dólares (R$ 28,9 bilhões).

Os dados oficiais mostram que não existe um centavo de dinheiro público na obra, sendo ela toda financiada pelo empresário Stan Kroenke. Ele é proprietário da Kroenke Sports & Entertainment, que administra os Rams, o Denver Nuggets, da NBA, o Arsenal, time da Premier League, entre outras equipes esportivas.

Localizado em Inglewood, cidade localizada no sudoeste da região metropolitana de Los Angeles, a obra chama a atenção de qualquer um. Afinal, quem chega pelo aeroporto internacional certamente notará o estádio no lado esquerdo da rodovia no caminho para a Cidade dos Anjos.

O aeroporto, aliás, foi um dos motivos para o custo da obra ser elevado. Pela proximidade, o projeto teria que ser alterado para não interferir no radar do controle de voo. A situação só foi contornada depois de alguns meses depois, quando Kroenke aceitou desembolsar mais US$ 29 milhões para um novo sistema de monitoramento aéreo.

Este não foi o único problema enfrentado. A construção enfim começou em 2016, mas o enorme buraco cavado para receber o campo e as arquibancadas acabou ficando cheio d'água graças a uma atípica temporada de chuvas que castigou Los Angeles por cerca de dois meses.

Solucionados os problemas, as obras continuaram com um atraso que acabou adiando em um ano sua inauguração e o recepção do Super Bowl. Mas o resultado é impressionante.

Curvas marcantes

SoFi Stadim gramado - Rafael Belattini/Colaboração para o UOL - Rafael Belattini/Colaboração para o UOL
Imagem: Rafael Belattini/Colaboração para o UOL

A arquitetura abusa nas curvas como forma de homenagear a costa da Califórnia, sendo possível também notar a silhueta do símbolo dos Rams na vista aérea.

O estádio é todo coberto por um teto de vidro que deixa passar parte da iluminação natural. Capaz de resistir ao peso de um carro estacionado lá em cima, a estrutura também serve como um telão para deixar ainda mais impressionante as imagens aéreas do local.

O torcedor que ocupar cada um dos 70 mil lugares tem certeza de que terá uma visão privilegiada, seja no setor VIP, onde os ingressos para o jogo de domingo ultrapassam os US$ 39 mil, ou na última cadeira, que para a decisão custa perto dos US$ 5 mil.

O principal detalhe, contudo, está no impressionante telão de 6,5 mil metros quadrados, com dupla face e que é o primeiro do mundo a ter uma resolução em 4K, obtido graças à maior quantidade de LEDs já usado em uma arena esportiva.

E o que falar da comida?

Antes do Super Bowl a imprensa foi convidada para provar cada um dos pratos especiais que estarão à disposição daqueles que forem ao jogo.

Preparados pelo Chef Rbert Biebrich, os pratos e lanches trazem aquela deliciosa combinação de comida de estádio e uma culinária um pouco mais elaborada.

Além de poder comer uma tradicional pizza de queijo ou pepperoni, ou um cheeseburguer, o torcedor também poderá provar alguns pratos mais elaborados.

Para quem gosta de coisas apimentadas, não há como fugir do salsichão com pimenta jalapeño e queijo cheddar. Acompanhada de um pão, ela também pede a companhia de uma bebida gelada para ajudar a língua.

Um prato de grande sucesso é o Tsunami Tots. Trata-se de bolinhos de batata ralada que são fritos e acompanhados por molhos especiais, como uma maionese Kewpie, molho de enguia, aioli de Sriracha, furikake e togarashi.

Se o seu paladar for mais sofisticado, também tem a opção da salada de lagosta, acompanhada por agrião, picles de maça, funcho, vinagrete de gergelim e frutas de inverno. Aqui, segundo o chef, a melhor opção é ter como acompanhamento um dos muitos vinhos de produção regional.

Degustação SoFi Stadium - Rafael Belattini/Colaboração para o UOL - Rafael Belattini/Colaboração para o UOL
Imagem: Rafael Belattini/Colaboração para o UOL

Eventos sem fim

O alto investimento, é claro, é recompensado por uma grande receita vinda de eventos diversos.

Além dos shows marcados ao longo do ano, o estádio recebe muito mais do que os jogos dos Rams e do Los Angeles Chargers, além do Super Bowl LVI.

O SoFi Stadium é casa do seu próprio "Bowl" do futebol americano universitário, e receberá a decisão do College Football em 2023.

Em 2026, o gramado artificial deverá dar lugar a uma grama natural para receber jogos da Copa do Mundo. Dois anos depois, o estádio receberá os Jogos Olímpicos, sendo palco da segunda parte da cerimônia de abertura e encerramento do evento.