Tyson: 'Morte da minha mãe foi uma das melhores coisas que me aconteceu'
Criado no Brooklyn, em Nova York, Mike Tyson perdeu a mãe, Lorna, muito jovem, aos 16 anos, e teve que lutar para sobreviver. Apesar de doloroso, o ex-campeão mundial de boxe, agora aos 55 anos, vê o fato como algo positivo.
"Sabe, uma das melhores coisas que já aconteceu comigo é que minha mãe morreu. Porque minha mãe teria me criado. De jeito nenhum eu entraria em uma briga de rua. De jeito nenhum eu aprenderia a me defender", disse em entrevista ao podcast Club Shay Shay.
Tyson cresceu em Brownsville, um bairro repleto de crimes, sem a presença do pai biológico, que abandonou a família quando ele tinha dois anos. "Meu pai era apenas um cara de rua comum apanhado no mundo das ruas", relatou Tyson.
Com a família desestruturada, Tyson associou-se cedo a gangues locais e se metia em brigas frequentemente. Mesmo antes da morte da sua mãe, Tyson já havia sido detido 38 vezes e foi enviado para um reformatório juvenil, onde começou a praticar boxe. Aos 16 anos, logo após a morte da mãe, foi entregue aos cuidados do treinador Cuz D'Amato.
"Eu nunca vi minha mãe feliz comigo e orgulhosa de mim por fazer algo. Ela só me conhecia como um garoto selvagem correndo pelas ruas, voltando para casa com roupas novas que ela sabia que eu não pagava. Eu nunca tive a chance de falar com ela ou saber sobre ela. Profissionalmente, não tem efeito, mas é esmagador emocionalmente e pessoalmente", declarou Tyson.
"Aos 14 anos pensei que podia ser campeão do mundo. Ganhei campeonatos nacionais, tinha recordes de nocautes, perdi do eventual campeão. Assim que me tornei profissional, toda a minha vida mudou e venci todos os que me apareciam. E tudo voltou a mudar quando me tornei campeão", disse.
Empresário do ramo da cannabis para fins medicinais, Tyson disse que começou a usar o produto antes de se aposentar.
"Só no final da minha carreira. Nos dois últimos anos. Sempre soube dos seus benefícios, mas era ilegal. Quando a minha mente desliga, desliga-se mesmo. Não queria ninguém, tudo se tornava o meu inimigo. Comecei a fumar em 1997 e já não consigo deixar. Sou uma pessoa totalmente diferente quando não a uso. Agora não podia ser campeão como fui outrora. A minha maior virtude são os meus defeitos. Não existe nenhum problema em ter defeitos. O único problema é não saber que os têm. Nascemos com eles, não conseguimos evitá-los", finalizou.
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