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Djokovic reafirma posição antivacina: ‘Não me sinto ameaça para os outros’

Novak Djokovic vence em estreia no Aberto de Dubai - Francois Nel/Getty Images
Novak Djokovic vence em estreia no Aberto de Dubai Imagem: Francois Nel/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

24/02/2022 15h22

Novak Djokovic voltou a justificar sua decisão de não se vacinar contra a covid. Em entrevista ao jornal francês L'Equipe, o tenista disse que conhece seu corpo e que, apesar de não ter se imunizado, não se considera uma ameaça para ninguém.

"Com base nas informações sobre a vacina, decidi não me vacinar. É a minha posição. Vai mudar? Não sei. Tudo evolui rapidamente, como vemos nas decisões de alguns governos. Neste momento, não sinto necessidade de me vacinar para proteger o meu corpo e não me sinto uma ameaça para os outros. Vacinado ou não, posso transmitir o vírus. É a minha posição e, para o futuro, minha mente está aberta. Tudo é possível", acrescentou.

Djokovic observou que sua carreira no tênis foi baseada em uma profunda compreensão de seu corpo, o que levou a poucas lesões e uma "busca perpétua para melhorar o corpo, melhorar o desempenho e aumentar as capacidades do corpo".

"O organismo deve trabalhar a todo vapor por mais de quinze anos. Quem conseguiu fazer isso além de Roger (Federer), Rafa (Nadal) e eu? (...) Há um trabalho enorme por trás de tudo isso", apontou.

Ele lembrou que sofreu poucas lesões e que no passado tomou grandes decisões com base nisso, como adiar sua cirurgia no cotovelo em 2018 ou mudar sua dieta em 2010 para eliminar o glúten.

Djokovic se comparou a outros atletas que pensam constantemente em seu estilo de vida, incluindo LeBron James, Kobe Bryant, Tom Brady e Cristiano Ronaldo.

"Ninguém na Terra conhece meu corpo melhor do que eu. Eu quero ser o único dono do meu corpo. Se eu não tiver uma compreensão suficiente do meu corpo, é como se eu desse autonomia a outro", disse.

"Às vezes dizem que eles me influenciam. Não. Eu me consulto, como todo mundo, com médicos convencionais, especialistas em pneumonia, imunologia, na Sérvia, França, Suíça, Estados Unidos... Eu os escuto e, com o conhecimento do meu corpo, eu faço minha própria análise e tomo decisões", acrescentou.

Insistiu que "esta decisão não tem de permanecer a mesma" para sempre: "As coisas mudam todos os dias, vemos isso com a pandemia. Não sabemos para onde vai o mundo".

Por causa da decisão de não se vacinar, Djokovic foi impedido de participar do Aberto da Austrália em janeiro. Em seu primeiro torneio deste ano, o ATP 500 de Dubai, o sérvio foi derrotado, nesta quinta-feira, pelo tcheco Jiri Vesely, caiu nas quartas de final da competição e perderá o posto de número 1 do tênis na próxima semana.