Quem é o piloto indiano que ameaça o retorno do Brasil à F1
Desde que Felipe Massa se aposentou da Fórmula 1, em novembro de 2017, o Brasil não tem um representante na categoria. Com a invasão da Rússia à Ucrânia, o encerramento do contrato da Haas com o russo Nikita Mazepin e com a Uralkali, empresa de Dmitry Mazepin, pai do piloto russo, isso pode mudar. O brasileiro Pietro Fittipaldi está na briga por esta vaga no grid. Contudo, o neto do bicampeão Emerson Fittipaldi tem concorrência pelo cockpit. O principal concorrente é o indiano Jehan Duravala, e o nome do vencedor desta disputa será anunciado nesta quarta-feira (9).
A situação da Haas é complicada, já que perdeu seu principal patrocinador pouco tempo antes do começo do Mundial, que se inicia em 20 de março. Por isso, a equipe procura um piloto experiente e que, de preferência, traga consigo um patrocinador forte.
Quem é Jehan Daruvala?
Daruvala disputou as últimas temporadas na F2 e, em comum com Mazepin, tem o "paitrocínio", o que resolveria dois problemas em uma decisão só. O pai do indiano é o principal executivo da Sterling & Wilson, empresa de energia solar que faz parte de um conglomerado indiano que atua em áreas tão diversas como eletrodomésticos, biotecnologia e tecelagem.
O piloto de 23 anos é tido como a "nova esperança da Índia na Fórmula 1". Em 2021, na F2, Daruvala terminou na sétima colocação com 113 pontos, 139 pontos atrás do australiano Oscar Piastri, que foi campeão e também concorre à vaga na Haas.
O indiano começou no kart quando tinha 7 anos. Aos 13, foi selecionado para a Academia Sahara Force India, por ser o talento "mais brilhante" da sua classe, e era o único indiano na academia.
As primeiras competições e pódios de Daruvala nas pistas europeias foram na Fórmula Renault, ainda na adolescência. Ele conquistou 15 pódios —dos quais 10 são europeus— o maior número somando por um indiano em seus dois primeiros anos de corrida.
No circuito europeu de kart, Daruvala terminou em terceiro no Campeonato Mundial de Karting e em segundo no Campeonato Alemão. Este ano, ele participou dos primeiros testes da Fórmula 1 pela Haas.
A família de Daruvala e a empresa
A Sterling & Wilson foi fundada em 1920, no ramo da eletricidade, passou por diversas fusões e hoje é uma empresa gigantesca e que atende diversos mercados.
A área de atuação inicial foi no Oriente Médio, mas logo a empresa se expandiu para a Ásia e, posteriormente, para o resto do mundo. Atualmente, a empresa está na terceira geração da família.
Khurshed, pai de Jehan, se formou em comércio pela Universidade de Mumbai e está na empresa da família há 25 anos. Já foi diretor administrativo e, no momento, faz parte do conselho administrativo. Kainaz Daruvala é a mãe de Jehan.
A situação de Fittipaldi
Pietro tem 25 anos e é o reserva da Haas desde 2019. O brasileiro disputou as duas últimas corridas de 2020 substituindo Romain Grosjean e até foi cotado para integrar a equipe em 2021. A opção, contudo, foi por Mazepin e Schumacher, que tiveram bom desempenho na F2 no ano anterior.
O fato de Pietro conhecer a equipe há anos é valorizado pelos principais diretores da Haas, porque o brasileiro conhece a filosofia, o carro e com quem precisará lidar. A Claro é a patrocinadora do piloto, que também tem a simpatia do Governo Federal.
"Nos últimos anos precisávamos de um piloto reserva com a covid por perto; Pietro sempre esteve por perto, conhece o time, conhece o carro. Para pular de um dia para o outro, não há ninguém melhor do que Pietro", disse o chefe da Haas, Gunther Steiner, em entrevista ao jornalista Bob Varsha em fevereiro.
Gene Haas, proprietário da equipe, confirmou o brasileiro na pré-temporada e Pietro assumirá o volante nos testes desta semana (10 a 12) no Bahrein.
Os outros concorrentes de Pietro
Antonio Giovinazzi é o favorito e mais experiente dos candidatos. Apesar de correr na Fórmula E, o italiano participou das últimas três temporadas de Fórmula 1, totalizando 62 GPs, e é o favorito da Ferrari, que fornece motores para a Haas. Um acordo benéfico pode ser costurado para agradar a todos.
O australiano Oscar Piastri foi o último campeão da F2, mas não conseguiu uma vaga na categoria principal até então. O australiano, atualmente, é piloto reserva da Alpine, tem simpatia do paddock e é rápido, mas não tem um patrocínio forte por trás dele.
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