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Sem Verstappen, chefe da Red Bull vira o novo vilão da F1 na Netflix

Christian Horner e Max Verstappen, da Red Bull Racing, celebram título mundial de pilotos em 2021 - ANP Sport via Getty Images
Christian Horner e Max Verstappen, da Red Bull Racing, celebram título mundial de pilotos em 2021 Imagem: ANP Sport via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

11/03/2022 04h00

Um esporte cheio de nuances como a Fórmula 1 nunca se resume a mocinhos e bandidos, mas já não é novidade que a narrativa da série "Dirigir para Viver" põe na tela da Netflix um roteiro épico de atrito nos bastidores da categoria. A nova temporada estreia hoje (11) e tem Christian Horner, o chefe da Red Bull, no papel de vilão que era de Max Verstappen.

Há alguns meses, o piloto holandês avisou que não participaria desta quarta temporada da série por discordar de como a Netflix retratou os anos anteriores da Fórmula 1. Não foi a primeira vez que explicou que "não gosta de fazer parte disso" porque o seriado "finge algumas rivalidades que não existem". Para se resguardar, desta vez decidiu não dar entrevistas à plataforma.

Nesta semana, Verstappen avisou que pretende assistir, mas já sabe o que esperar. "Provavelmente vou ver, e ver o quão exagerado é. Depois vou continuar com minha vida. Não vou mudar de ideia, porque isso já foi arruinado desde a primeira temporada", reclamou. Ele, provavelmente, se refere à abordagem da Netflix à sua relação com Daniel Ricciardo, então seu companheiro de Red Bull, logo nos primeiros episódios da série.

A ausência de Verstappen faz muita falta para contar a briga com Lewis Hamilton pelo título mundial —disputa que já foi épica na pista, imagine nas telas. Sem o piloto, a Netflix temperou os episódios com uma rivalidade entre os chefes de Red Bull e Mercedes, respectivamente Christian Horner e Toto Wolff. É um jogo de intrigas que já vem sendo usado pela série desde a temporada anterior.

A dualidade entre Horner e Toto, de fato, foi um dos pontos-chave da Fórmula 1 em 2021, uma temporada marcada pela pressão nos bastidores, com punições muito debatidas e controvérsia literalmente até a última volta do último GP —o de Abu Dhabi, que deu o título de Verstappen. Na série, a relação entre os dois chefes de equipe não consegue substituir à altura a rivalidade Max-Lewis, mas tem seus méritos.

"Ele [Toto Wolff] assumiu uma equipe que já estava muito bem azeitada, não precisou construir nada", alfinetou Horner em um dos episódios. "Nós dois dirigimos as equipes de formas diferentes: ele é muito mais motivado pela parte financeira da Fórmula 1 do que talvez pela competição", continuou. Questionado sobre a declaração, Toto apenas levantou as sobrancelhas como se não ligasse.

A temporada tem também um tempero de "todos contra a Mercedes", o que estende o tapete para uma narrativa de "bem contra o mal" que funciona perfeitamente nas telas, mas não faz sentido nas corridas, na vida real. De um lado, vários chefes de outras equipes se mostram satisfeitos com o fim da hegemonia da Mercedes na F1; de outro, Lewis Hamilton contribui para o antagonismo de forma não tão sutil ao dizer que Verstappen "na maioria das vezes passa do limite".

A quarta temporada de "F1: Dirigir para Viver" tem 10 episódios e praticamente abre os trabalhos para um novo ano da Fórmula 1. Na "vida real", as equipes já estão em testes de pré-temporada no Bahrein, onde disputam o primeiro GP de 2022 no domingo que vem (20).

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