Nadadora Lia Thomas é 1ª mulher trans a ser campeã em liga universitária
A nadadora Lia Thomas fez história hoje (17) nos Estados Unidos ao se tornar a primeira mulher trans a vencer uma prova do NCAA, a principal liga universitária do país. Ela ficou com a primeira colocação nas 500 jardas (cerca de 457 metros) livre e ainda alcançou sua melhor marca pessoal.
Lia fez o tempo de 4min33s24, pouco menos de dois segundos à frente da segunda colocada, Emma Weyant.
Lia Thomas decidiu fazer a transição para o sexo feminino durante a pandemia. Para poder competir com outras mulheres, ela teve de se submeter ao tratamento de diminuição de testosterona.
Segundo a antiga recomendação do NCAA, que era similar a orientação do COI, Lia precisaria de um ano completo com o nível de testosterona abaixo do limite de 10nm/l, o que ela cumpriu e disputou toda a temporada universitária deste ano pela Universidade da Pennsylvania.
Com a dimensão de seus resultados, Lia passou a ganhar destaque na imprensa americana e já mudou seu status em relação a quando disputava pelo masculino, sem grande desempenho.
FINA (Federação Internacional de Natação) ou a USA Swimming são os responsáveis por determinar a elegibilidade ou não de Lia Thomas e outros atletas trans na natação universitária. Enquanto a FINA ainda prepara uma regulamentação —que está sendo elaborada e ainda não tem data para ser anunciada—, a USA Swimming publicou no início do mês uma nova regra. Com a mudança, estabeleceu um limite menor do nível de testosterona, de 10 para 5nml/l, e num período maior, de 12 para 36 meses de controle.
Por se tratar de uma nova medida, a NCAA, inicialmente, decidiu rejeitar a regra da USA Swimming. O simples uso do nível de testosterona como elemento regulador é muito contestado por alguns especialistas, que indicam que vários outros fatores biológicos também deveriam ser considerados. Uma das sugestões é determinar uma idade limite para a transição de um atleta.
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