FIA admite que F1 descumpriu regras na corrida do título de Verstappen
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) admitiu pela primeira vez hoje (19) que a corrida que deu o título mundial da Fórmula 1 a Max Verstappen, no ano passado, teve erros da direção de prova. A entidade afirma oficialmente que o regulamento foi descumprido nas voltas finais do GP de Abu Dhabi, mas reafirma que o resultado da corrida (e do campeonato) estão mantidos.
A FIA concluiu que o diretor de prova Michael Masi, que desde então perdeu o cargo, descumpriu o regulamento da Fórmula 1 ao chamar o carro de segurança de volta para os boxes antes do final da volta adicional exigida pelas regras. Pondera, no entanto, que Masi "agiu de boa fé, dadas as circunstâncias difíceis" e "a imensa pressão aplicada pelas equipes".
"As decisões sobre o carro de segurança no GP de Abu Dhabi de 2021 provavelmente levaram em consideração discussões anteriores que deixaram claro a preferência dos acionistas da Fórmula 1 (FIA, F1, times e pilotos) de terminar as corridas sob condições de bandeira verde em vez de atrás de um carro de segurança, quando possível", diz o relatório divulgado pela FIA.
A entidade não oficializa no documento como os erros beneficiaram Max Verstappen. Na corrida, a direção de prova mandou os carros retardatários que estavam atrás de Lewis Hamilton ultrapassassem o heptacampeão, o que deixou Verstappen imediatamente atrás do piloto da Mercedes e facilitou a ultrapassagem (e o título) na última volta.
"Os resultados do GP de Abu Dhabi e do Mundial de F1 de 2021 são válidos, finais e agora não podem ser mudados. De acordo com as regras, a Mercedes protestou depois da corrida, mas teve este protesto negado. A equipe tinha a oportunidade de apelar da decisão em um tribunal da FIA, mas não o fez. Não há outros mecanismos disponíveis nas regras para alterar a classificação de uma corrida", esclarece a entidade.
Além disso, a FIA anunciou que, a partir desta temporada, contará com um software que vai identificar os carros retardatários - condição que era exercida manualmente até 2021. Dessa forma, será feita de maneira automática a lista de carros que devem se realinhar no grid.
"Devido ao fato de as intervenções manuais geralmente acarretarem um maior risco de erro humano, foi desenvolvido um software que irá, a partir de agora, automatizar a comunicação da lista de carros retardatários. Além disso, os Regulamentos Esportivos da Fórmula 1 de 2022 foram atualizados recentemente para esclarecer que "todos" e não "qualquer" carro deve ter permissão de recuperar a volta", completa o comunicado.
Todas estas conclusões foram publicadas após uma reunião do Conselho Mundial de Automobilismo da FIA, no Bahrein, país que recebe o primeiro GP desta temporada amanhã. Segundo o site oficial da entidade, a reunião foi organizada pelo presidente da Federação de Automobilismo do Bahrein, o xeique Abdulla Bin Isa Al Khalifa, o mesmo que foi flagrado por câmeras da Netflix pedindo que a Red Bull "chutasse a bunda" da Mercedes no ano passado.
Relembre a polêmica
O campeonato da F1 de 2021 foi decidido com uma ultrapassagem de Max Verstappen sobre de Lewis Hamilton na última volta da última corrida da temporada. Os dois chegaram empatados à última etapa e Hamilton estava dominado o GP de Abu Dhabi até ali. No entanto, a prova foi paralisada por um Safety Car com seis voltas para o fim, devido a um acidente envolvendo o piloto Nicholas Latifi.
O regulamento da FIA dava poderes para o diretor de prova decidir como seria o reinício da prova, mas também dizia que todos os pilotos teriam que recuperar a volta, ou nenhum deles. Como apenas os carros que estavam entre os líderes do campeonato foram autorizados, a prova foi reestabelecida faltando apenas uma volta para o fim. Com Hamilton com pneus gastos e Verstappen recém-saído dos boxes, o holandês fez a ultrapassagem e ficou o título mundial.
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