Após 5,5 milhões verem Real x PSG, HBO buscará mais futebol no streaming
Na semana passada, 5,5 milhões de contas assistiram simultaneamente à vitória do Real Madrid sobre o PSG por 3 a 1, válida pelo segundo confronto das oitavas da Champions, na HBO Max do Brasil. Os números foram fornecidos por Fábio Medeiros, vice-presidente Latam de Esportes na WarnerMedia, como exemplo do sucesso do futebol na plataforma de streaming.
O resultado é competitivo: segundo o PNT (Painel Nacional da Televisão), a decisão da Supercopa do Brasil, em fevereiro, entre Flamengo e Atlético-MG, atingiu 21 pontos de audiência. Como cada ponto equivale a 270 mil domicílios, o jogo exibido pela TV Globo teve 5,6 milhões de televisores ligados.
O executivo não revelou números do Campeonato Paulista, também exibido pela plataforma de streaming, mas se disse satisfeito. Tanto que, em entrevista exclusiva ao UOL, Fábio Medeiros anunciou que pretende usar o esporte, principalmente o futebol, para impulsionar a HBO Max.
"O fato de ter sido um sucesso na empresa inteira fez com que a HBO olhasse com ainda mais carinho para direitos esportivos de competições de futebol e até de outros esportes. Conseguimos 5,5 milhões de contas assistindo simultaneamente o jogo entre PSG e Real", explicou Medeiros ao UOL Esporte.
"Mas não é tão fácil de comprar porque não tem direito sempre disponível. Existem contratos de médio e longo prazo. Então, é preciso esperar contratos acabarem para entrarmos em negociação. Estamos olhando para alguns, mas temos que esperar para começar negociação", acrescentou.
A HBO Max exibe o Paulistão e a Champions usando a marca TNT Sports, o antigo Esporte Interativo —assinantes do UOL Esporte Clube podem acessar o material esportivo. O streaming garantiu os direitos de transmissão da competição estadual até o ano de 2025. Na conversa com a reportagem, Fábio Medeiros também comentou sobre os desafios de engajar o público acostumado com o futebol na TV aberta e contou mais novidades sobre a plataforma.
Veja a entrevista completa:
UOL Esporte: Como a HBO Max decidiu investir nos esportes ao vivo?
Fábio Medeiros: Quando a HBO Max chegou, inicialmente, não havia planos para ter esporte. A plataforma começou nos EUA, inicialmente sem intenção de ter esportes. E dado o sucesso que o TNT Sports teve com a Champions League na temporada anterior, fazendo os jogos no Facebook e na plataforma OTT (em referência ao Estádio TNT Sports, o serviço de streaming específico de esportes da Turner), a gente decidiu levar para HBO Max. Juntamente com eles, percebemos que tinha essa oportunidade. Foi um desafio porque não existia esse planejamento inicial. Com tempo, a gente conseguiu estar pronto para fazer esse lançamento e conseguimos comprar os direitos.
UOL: Como foi a experiência com a Champions League?
F.M.: Foi o primeiro teste da empresa com esporte no mundo. Fizemos essa aposta no Brasil e no México com a Champions League e, desde o primeiro dia, foi um resultado espetacular, algo acima da expectativa que alguns tinham. A gente sempre tem essa ansiedade por ser uma nova plataforma, uma mudança de comportamento de consumo, mas foi um sucesso muito grande.
A gente acredita que o que acontece é que na HBO MAX, diferente de quando você está numa plataforma só de esportes, é possível ter acesso a vários conteúdos... Você pode ser fã do Messi e do CR7, mas também de Batman, Harry Potter. Você entra pelo esporte e se depara com um conteúdo enorme e vice-versa. Foi um bom casamento do esporte com entretenimento. E casou bem com esse DNA da Warner Media de contar as histórias.
UOL: E o Paulistão?
F.M.: O Campeonato Paulista já teve um outro tipo de comportamento do consumidor. Foi algo que estávamos testando também, até porque tem um público mais segmentado. Sabíamos que em jogo do Corinthians, por exemplo, teríamos mais corintianos assistindo à partida. E também foi uma surpresa muito positiva. É legal quando você consegue perceber que começou a ficar normal as pessoas esperarem o jogo ali. Outro dia, recebi a foto de um trabalho que um menino apresentou na escola e era sobre futebol... No trabalho, ele simulou um jogo e tinha uma plaquinha: "Hoje, às cinco da tarde na HBO Max".
UOL: O público mais velho é acostumado a acompanhar o futebol na televisão. Como foi o engajamento com esse espectador?
F.M.: Naturalmente tem o receio com as gerações mais antigas que gostam de ver o jogo na televisão... Eles estão acostumados a ligar num canal, ver o programa anterior e depois ver o jogo. E cada vez mais vemos a geração mais velha e os mais novos acessando o streaming. No digital é o tempo que você quiser, não precisa esperar um programa acabar e tudo mais. A gente também faz um pré-jogo enorme, cheio de possibilidades. A adaptação foi muito mais rápida que imaginávamos. A gente até esperava um número de gente reclamando. Sempre vai ter. Mas foi muito positivo de todos os lados: os números de audiência e novas assinaturas foram muito bons. Isso faz a gente olhar para frente e continuar buscando novas oportunidades.
UOL: Vocês estão de olho em outras competições, em adquirir novos direitos de transmissão?
F.M.: O fato de ter sido um sucesso na empresa inteira, fez com que começassem a olhar com ainda mais carinho para direitos esportivos. Mas não é algo tão fácil de comprar, porque tem contratos de médio e longo prazo. Então, é preciso esperar contratos acabarem para entrarmos em negociação. Estamos olhando para alguns, mas temos que esperar para começar negociação. E vai além do futebol.
Além do esporte ao vivo com futebol e outras modalidades, a gente está olhando para outro tipo de conteúdo na plataforma, como as séries e documentários sobre futebol. No Brasil, a gente vai lançar o documentário do Romário e tenho certeza que vai explodir. Também estamos com uma série de jogos históricos da Champions. É muito legal para complementar a experiência, enquanto a fase final não se inicia.
O legal é que tem muita gente que entra pelo esporte, para ver os jogos ao vivo, mas essa galera, acaba vendo outras coisas que não só o ao vivo. A gente oferece jogos históricos e outras coisas. Isso faz com que a pessoa fique mais na plataforma e se fidelize. A decisão, portanto, é continuar aumentando a oferta em esporte, tanto no ao vivo quanto como conteúdos complementares.
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