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OPINIÃO

Seixas: Carro da Mercedes nasceu ruim. Fosso começa a ficar intransponível

Do UOL, em São Paulo

28/03/2022 12h00

A Mercedes vive um início de temporada atípico. Acostumada a brigar pelas primeiras posições, a escuderia alemã se tornou uma coadjuvante nas duas primeiras corridas de 2022, com Red Bull e Ferrari como protagonistas. Com um carro instável e um motor pouco potente em relação aos demais, Lewis Hamilton e George Russell encontram dificuldades para manter o brilho da equipe.

Na Live F1 do Seixas e do Flavio, transmitida pelo UOL Esporte logo após as corridas da Fórmula 1, os jornalistas Fábio Seixas e Flavio Gomes conversaram sobre os problemas da Mercedes e as chances de a equipe reagir ao longo da temporada. Para ambos, o sinal de alerta já está aceso na equipe alemã.

"Não é trocar uma asa e colocar um bico novo. O carro todo nasceu ruim e tem um motor que não é páreo para os outros. No speed trap, o ponto de velocidade mais rápida do circuito, o primeiro motor Mercedes que aparece é o do Russell, 8km/h mais lento que o do Pérez - isso em uma reta. Em situação de corrida, percebemos que a Mercedes é carta fora do baralho. O fosso já começa a ficar intransponível", comentou Seixas ao analisar o GP da Arábia Saudita, no qual Hamilton foi apenas o décimo colocado.

Para o colunista do UOL, não dá para se desprezar uma reação da Mercedes, mas ainda assim essa recuperação seria insuficiente para recuperar o tereno perdido para Ferrari e Red Bull. "Fica cada vez mais difícil. É sempre um erro subestimar a capacidade da Mercedes, octacampeã mundial de construtores. Ninguém na história conseguiu o que a Mercedes conseguiu. Mas a coisa começa a ficar muito distante. No grid, o máximo que o Russell conseguiu foi a sexta posição. Ele ficou a nove décimos do Pérez [pole position]", opinou.

Com um carro ruim e sem perspectivas de melhora a curto prazo, Hamilton deve se acostumar a andar no segundo pelotão, como destacou Seixas. "O Hamilton já está em uma temporada de administrar prejuízo. Ele vai lutar para não fazer feio. É muita diferença", disse. Gomes acrescentou: "O Hamilton ganhou corridas em todas as temporadas que disputou na Fórmula 1. em 2022, ele pode ficar sem", destacou o colunista do UOL.

A prova de que a Mercedes passa por problemas, na visão de Seixas, foi dada no treino de classificação do GP da Arábia Saudita, quando Hamilton foi eliminado ainda no Q1. "O Hamilton não passou do Q1. Muita gente falou de 2017, quando o Hamilton bateu em Interlagos, mas na verdade é desde 2009, por questão de desempenho e não conseguir tirar potência do carro. É muito tempo e isso significa alguma coisa. A Mercedes está enfrentando uma situação atípica e muito diferente", concluiu.

Não perca! A próxima edição da Live F1 do Seixas e do Flavio será logo após o GP da Austrália, em 10 de abril. Você pode acompanhar o programa pelo Canal UOL, no canal do UOL Esporte no Youtube e pelas redes sociais do UOL.

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