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Ciclista trans é impedida de participar de campeonato nacional britânico

Emily Bridges começou a transição hormonal há um ano - Arquivo pessoal/Instagram
Emily Bridges começou a transição hormonal há um ano Imagem: Arquivo pessoal/Instagram

Do UOL, em São Paulo

30/03/2022 18h58

A UCI (União Ciclística Internacional) proibiu a ciclista transgênero Emily Bridges, de 21 anos, de participar do Campeonato Nacional do Reino Unido, que acontece neste fim de semana.

A Federação Britânica de Ciclismo já havia liberado a participação da jovem, depois que ela comprovou ter reduzido os níveis de testosterona para os níveis exigidos. Bridges, que foi campeã nacional júnior entre os homens, começou a terapia hormonal no ano passado e esta seria sua primeira competição entre mulheres.

No entanto, o órgão internacional vetou a participação da ciclista por entender que ela não estava em conformidade com o regulamento porque ainda é registrada como ciclista masculino e, portanto, não pode competir entre mulheres. A mídia britânica levanta o ponto de que o órgão internacional teme boicote de outras participantes.

"Sob a política de participação transgênero e não binária da British Cycling, Emily Bridges deveria participar do Campeonato Nacional Omnium da Grã-Bretanha", informou, em comunicado, a Federação Britânica de Ciclismo.

"Fomos informados pela UCI que, de acordo com suas diretrizes atuais, Emily não é elegível para participar deste evento. Reconhecemos a decisão da UCI em relação à participação de Emily, mas reconhecemos plenamente sua decepção."

A federação nacional ainda informou que continuará atuando junto à UCI no caso de Bridges e de maneira mais ampla em relação a atletas trans e pediu uma "coalizão" para abordar a participação de transgêneros e não-binários em esportes de elite.

"A inclusão de transgêneros e não-binários é maior do que uma corrida e um atleta - é um desafio para todos os esportes de elite. Acreditamos que todos os participantes do nosso esporte merecem mais clareza e compreensão sobre a participação em competições de elite e continuaremos a trabalhar com a UCI no caso de Emily e na situação mais ampla em relação a esse problema."

"Também entendemos que no esporte de elite o conceito de justiça é essencial. Por esta razão, a British Cycling está hoje pedindo uma coalizão para compartilhar, aprender e entender mais sobre como podemos alcançar a justiça de uma maneira que mantenha a dignidade e o respeito de todos os atletas."

Tanto a UCI quanto a British Cycling exigem que os ciclistas tenham níveis de testosterona abaixo de 5nml/l por um período de 12 meses.