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OPINIÃO

Trajano sobre verba federal para ONG de Dani Alves: 'Para cultura não tem!'

Do UOL, em São Paulo

06/04/2022 15h13

A coluna Olhar Olímpico no UOL revelou que o Instituto Daniel Alves, criado em maio do ano passado, já recebeu R$ 8 milhões e tem o dobro de recursos públicos para gerir no basquete que a confederação brasileira da modalidade (CBB), isso depois que a Folha de S. Paulo já havia apontado que a instituição no caso se trata de uma "ONG de prateleira", assim como outra gerida pelo ex-jogador Emerson Sheik.

No UOL News Esporte, José Trajano critica o favorecimento a ONGs que são de jogadores apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e cita o veto à Lei Paulo Gustavo, que previa R$ 3,8 bilhões em repasses para ações no setor cultural.

"Dinheiro para pastor tem, propina e tal. Dinheiro para cultura não tem, porque agora vetaram a Lei Paulo Gustavo. Aliás, eu coloquei uma charge do Miguel Paiva com o Paulo Gustavo como se estivesse dando um tapa no 'capitão Corona' e dizendo que dinheiro para pastor tem, que tirou o dinheiro da Cultura. As pessoas pensam que o dinheiro da Cultura vai na mão do galã da novela da Globo, do grande cantor, eles não sabem que cultura, a importância da cultura", diz Trajano.

"Esses jogadores, todos ligados ao 'capitão Corona', o Leonardo Moura já tinha recebido dinheiro antes no instituto dele, estão recebendo isso porque são ligados ao presidente da República", completa.

Alicia Klein critica o uso de relações pessoais dos jogadores para burlarem regras com suas ONGs enquanto outras entidades que lidam com o esporte deixam de receber recursos.

"Fica naquela coisa do universo paralelo do futebol, as regras não se aplicam. Você tem regras que estão lá por uma razão, para ONGs participarem de licitações, para receberem verbas, tem que cumprir, tem que existir há pelo menos 3 anos, por diferentes exigências, e que vão sendo burladas por quem tem os relacionamentos, amigos nos lugares certos", diz Alicia.

"Assim como na cultura, no esporte tem muita gente que vive do esporte, muita gente que quebrou no primeiro ano da pandemia pela falta de eventos, então você tirar dessas pessoas e de pessoas que são sérias e trabalham com instituições de futebol essas verbas, a própria Confederação Brasileira de Basquete, que está e esteve em situação financeira gravíssima, para colocar na mão de quem já é milionário e não vive disso, então é mais um capítulo triste que a gente vê desse governo e de jogadores se aproveitando dos relacionamentos". conclui.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL