Topo

Mundial: Brasil tem 4 surfistas classificados a uma etapa de corte polêmico

Filipe Toledo assumiu a liderança após vitória em Bells Beach e vestirá a camisa amarela em Margaret River - Ed Sloane/World Surf League via Getty Images
Filipe Toledo assumiu a liderança após vitória em Bells Beach e vestirá a camisa amarela em Margaret River Imagem: Ed Sloane/World Surf League via Getty Images

Marcello De Vico

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

22/04/2022 04h00

Depois do título do brasileiro Filipe Toledo em Bells Beach, na semana passada, a janela de espera para a etapa seguinte do Mundial de Surfe, a quinta da temporada, em Margaret River, na Austrália, começa a valer neste domingo (24), e muita coisa estará em jogo na competição.

A etapa é a última antes do inédito corte na elite que vai manter somente os 22 primeiros colocados do ranking masculino —e 10 no feminino— para a segunda metade da temporada, que começa em G-Land, na Indonésia.

Ou seja: quem terminar a etapa de Margaret River entre os 22 melhores do ranking, continua na briga pelo título de 2022. Quem estiver abaixo, terá de buscar a sua classificação para o circuito de 2023 através do Challenger Series, novo circuito de acesso que começa logo após a etapa de Margaret.

Cinco brasileiros do circuito masculino estão entre os 22: Filipe Toledo, líder do ranking, Italo Ferreira (7º), Caio Ibelli (8º) e Miguel Pupo (10º), todos eles já garantidos matematicamente para a sequência da temporada, e Samuel Pupo, 18º colocado e um pouco acima da linha de corte, com boa possibilidade de classificação.

João Chianca, irmão de Lucas Chumbo, é o 25º, e David Silva e Jadson André aparecem em 28º, todos eles ainda com chances de seguir na briga pelo título em caso de bom resultado em Margaret River.

Yago Dora se recupera de uma lesão que sofreu durante um treinamento em dezembro e deve disputar o Challenger Series a partir do corte. Por fim, temos o caso exclusivo de Gabriel Medina, que, apesar de não somar pontos suficientes para se manter na elite após o corte, deve receber convites da Liga Mundial de Surfe para todos os eventos a partir da etapa de G-Land —que, inclusive, deve marcar seu retorno ao circuito.

No feminino, a brasileira Tatiana Weston-Webb, vice-campeã mundial em 2021, aparece na sexta colocação do ranking e tem sua classificação encaminhada para a 'segunda parte' do Mundial.

Corte virou polêmica

Italo Ferreira - WSL - WSL
Italo Ferreira é um dos brasileiros que assinaram a petição dos surfistas enviada à WSL
Imagem: WSL

O novo formato da Liga Mundial de Surfe tem sido alvo de polêmicas entre os competidores e a WSL. Na semana passada, antes do fim da etapa de Bells Beach, um grupo de 30 surfistas, entre homens e mulheres, enviou uma petição para a entidade solicitando que o corte seja revisto. Entre as alegações dos surfistas estão a questão financeira e o conflito de datas entre os eventos da elite e do Challenger.

"Uma parte substancial dos surfistas está muito preocupada que o corte deste ano os deixe com rendimentos reduzidos, após o impacto que este novo formato teve nos seus atuais contratos de patrocínio, com reduzidas perspectivas de requalificação para o CT 2023. Além disso, o nível de premiação em dinheiro nos eventos do Challenger Series (CS) está muito abaixo dos níveis esperados quando o Comitê Especial aprovou o novo formato do CT", diz trecho da petição.

Em 2020, quando a WSL negociou conosco este novo formato, disseram que os calendários do CT e CS não teriam nenhum conflito. Poderíamos terminar o CT e depois focar no CS. Agora, ter os Surfistas do CT para competir também em eventos de CS resulta num "congestionamento de eventos" para muitos Atletas, que precisam competir em eventos consecutivos de CT e CS, potencialmente afetando negativamente a sua preparação para os eventos restantes do CT", acrescentam os surfistas.

O corte do meio do ano tornou muito mais difícil ser um surfista do CT do ponto de vista da saúde mental e financeira e não o vemos como um caminho sustentável a seguir.

A WSL, por sua vez, alegou que a petição 'não pode ser validada' e que isso "prejudicaria contratos já efetuados com patrocinadores". A entidade informou ainda que "considera estar no caminho certo da evolução do surfe enquanto competição".

Filipe Toledo, Italo Ferreira, Jadson André, Miguel Pupo, Yago Dora e Tatiana Weston-Webb são os brasileiros que aparecem entre os 30 surfistas do Mundial que assinaram a petição.

Calendário pós-corte:

  • G-Land, Indonésia - 28 de maio a 6 de junho
  • El Salvador - 12 a 20 de junho
  • Saquarema, Brasil - 23 de junho a 30 de junho
  • Jeffreys Bay, África do Sul - 12 a 21 de julho
  • Teahupo'o, Tahiti - 11 a 21 de agosto

WSL Finals

  • Trestles, Califórnia (EUA) - 8 a 16 de setembro