Seixas: 'Hamilton jogou a toalha e entregou os pontos. Ano está perdido'

Lewis Hamilton vive uma temporada atípica. Se nas últimas temporadas esteve envolvido diretamente na briga por vitórias e pelo título mundial, hoje o britânico luta até para ficar na zona de pontuação. Neste fim de semana, o piloto da Mercedes teve motivos de sobra para apagar o GP da Emilia Romagna de sua memória. Ele foi apenas o 13º colocado na prova disputada em Imola, com dificuldades para ultrapassar a AlphaTauri de Pierre Gasly - e sem conseguir a manobra.

Na Live F1 do Seixas e do Flavio, transmitida pelo UOL Esporte logo após as corridas da Fórmula 1, os jornalistas Fábio Seixas e Flavio Gomes tentaram explicar o momento ruim vivido por Hamilton. Mesmo sem ter um bom carro nas mãos, o heptacampeão mundial parece ter outros problemas que o fazem amargar um ritmo ruim de corrida.

"Hamilton já sabe que não dá para fazer nada. Já jogou a toalha e entregou os pontos. Sabe que esse ano está perdido. O problema é olhar para o calendário e ver que ainda há 19 corridas pela frente", disse Seixas.

Relacionadas

Gomes: 'Verstappen teve fim de semana perfeito. Briga está aberta'

Pole Position: Se Austrália foi sonho de Leclerc, Verstappen comandou GP em Imola

Seixas: 'Faltou cabeça e maturidade para Leclerc em Imola'

Gomes destacou uma das cenas mais marcantes do GP da Emilia Romagna, quando Verstappen deu uma volta em cima de Hamilton. "Tivemos um momento emblemático na corrida na volta 40, quando o Hamilton viu uma bandeira azul. Tomou uma volta do Verstappen. Até o ano passado, eles estavam batendo roda, lutando pelo título. Olha a situação em que se encontra a Mercedes e o Hamilton, cabisbaixo, tomando volta do líder, e que agora podemos chamar de ex-rival, Verstappen", comentou o colunista do UOL.

Seixas lembrou que a mudança de status de Hamilton ocorreu de forma muito rápida e não vê muitas perspectivas de melhora até o fim da temporada. "Se o Hamilton ainda tinha alguma esperança, foi para o espaço. Essa imagem é emblemática para a temporada, não só para o fim de semana. No ano passado, ele foi o pole position e se estranhou com o Verstappen na primeira perna da Tamburello. Era o início de confusão, rivalidade e de tudo o que vimos até chegar a Abu Dhabi. O Hamilton não consegue sair desse atoleiro", lamentou.

Até agora, o melhor resultado de Hamilton foi o terceiro lugar obtido no GP do Bahrein, na abertura da temporada. Naquela corrida, porém, o britânico herdou a posição após os abandonos de Verstappen e Pérez, ambos com problemas em seus carros. Russell, que chegou à Mercedes neste ano, apresenta resultados mais consistentes: ficou no top 5 nas quatro corridas do ano e está 21 pontos à frente do heptacampeão no Mundial de Pilotos: 49 a 28.

"O Russell vem de três anos de Williams. A rotina dele nos últimos anos foi outra, de tentar extrair o máximo que ele pudesse de um carro ruim. Ele está mais acostumado a uma situação desconfortável. O Hamilton, não. Nos últimos oito anos, lutou pelo título. A forma de encarar uma corrida e essa situação para o Hamilton é bem diferente. Ele já tem 37 anos. Não vai ter nem tempo nem saco para encarar um projeto de desenvolvimento", analisou Gomes.

A regularidade de Russell derruba a tese de que a temporada ruim de Hamilton seja culpa exclusiva de um carro ruim, como explicou Seixas. "O carro é realmente muito ruim, mas é possível tirar alguma coisa dele. O Russell está conseguindo e hoje [ontem] foi muito favorecido pela confusão na largada. O Hamilton não conseguiu, mas não estou tirando a responsabilidade dele. Ele está completamente perdido nesse acerto do carro. Com o estilo dele, o Russell tira alguma coisa e o Hamilton, não", disse o colunista do UOL.

Para Seixas, o desempenho sem brilho de Hamilton em Imola pode marcar o início do fim de uma era. "É um ciclo. Grandes pilotos, uma hora, não conseguem render mais. Talvez isso esteja começando a acontecer com o Hamilton. Já vimos pilotos que foram excepcionais em um certo momento, mas por questão de desmotivação, cansaço, não têm mais vigor físico e pensam em fazer outra coisa, naturalmente vão perdendo velocidade. Uma hora o Hamilton vai ter que parar", concluiu.

Não perca! A próxima edição da Live F1 do Seixas e do Flavio será logo após o GP de Miami, em 8 de maio. Você pode acompanhar o programa pelo Canal UOL, no canal do UOL Esporte no Youtube e pelas redes sociais do UOL.