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OPINIÃO

Seixas: 'Schumacher não precisava daquela inversão com Rubinho'

Do UOL, em São Paulo

12/05/2022 16h54

Há exatos 20 anos, a Fórmula 1 ficou marcada por uma das maiores marmeladas da história da categoria. No GP da Áustria de 2002, Rubens Barrichello cedeu a vitória a Michael Schumacher, seu companheiro na Ferrari, a poucos metros da linha de chegada. A inversão de posições causou muita indignação, rendeu discussões e, no fim das contas, mostrou-se uma manobra desnecessária.

Na edição especial da Live F1 do Seixas e do Flavio, transmitida pelo UOL Esporte nesta quinta-feira (12), os jornalistas Fábio Seixas e Flavio Gomes relembraram a histórica corrida. Ambos destacaram que a superioridade exibida por Michael Schumacher naquela temporada era gigantesca e, por isso, a ordem da Ferrari para a troca de posições poderia ser evitada.

"O Schumacher não precisava fazer aquela inversão. Até então, havia acontecido cinco corridas. Das cinco, o Schumacher venceu quatro. Estava muito claro que seria um banho dele naquela temporada. Já o Rubinho vivia um começo da temporada horrível. Das cinco, ele havia pontuado somente em uma, em Ímola. Nas outras, teve problema mecânico, acidente... Era um início terrível para o Rubinho e glorioso para o Schumacher", comentou Seixas.

Quando a Fórmula 1 chegou ao GP da Áustria, a sexta etapa no calendário de 2002, Schumacher já liderava o Mundial com ampla vantagem: 44 pontos, contra 23 do colombiano Juan Pablo Montoya (Williams), segundo colocado. O piloto alemão confirmou o título, o quinto de seu currículo na categoria, ao vencer o GP da França - com ainda seis corridas para disputar.

Para Gomes, a nítida superioridade de Schumi agravou as discussões em torno da ordem de equipe. "Foi o campeonato mais fácil da carreira do Schumacher. Ele ganhou o campeonato em julho, na França. Ele subiu ao pódio em todas as 17 etapas do campeonato; ganhou onze e o Rubinho, quatro. Já sabíamos que isso ia acontecer. A superioridade do conjunto Schumacher/Ferrari sobre os outros era algo meio massacrante. Isso deixou as pessoas mais indignadas", opinou o colunista do UOL.

Além do amplo favoritismo de Schumacher, Seixas destacou outro fator que amplificou a indignação: a volta por cima de Barrichello após um início problemático. "O Rubinho só estava se ferrando. Havia abandonado quatro provas e o outro estava ganhando tudo. Naquele fim de semana, o Barrichello estava fazendo um trabalho impecável. Bateu o Schumacher no mano a mano na classificação. E mais: o Schumacher largou em terceiro. Não haveria ordem de inversão, pelo menos na largada. E era Dia das Mães, e isso incluía promessa do Rubinho para a mãe dele", disse o colunista do UOL.

Seixas revelou um episódio nos bastidores para ilustrar como a relação entre os dois pilotos da Ferrari ficou estremecida após o GP da Áustria. "Era o fim de semana do Rubinho. Deixa o cara ganhar essa, fazendo tudo direitinho, e depois emenda mais dez vitórias na sequência. Não ia machucar. Rubinho e Schumacher nunca foram grandes amigos, mas se respeitavam. A relação deu uma esgarçada. Quando o Schumacher conquistou o título na França, o Rubinho foi embora do autódromo. Quando a Ferrari foi fazer a foto oficial, perceberam que o Barrichello não estava e ligaram para ele, pedindo para voltar. Ele não queria nem participar da festa. Meses depois, ainda não havia digerido bem o que foi aquele campeonato", completou.

Não perca! A próxima edição da Live F1 do Seixas e do Flavio será logo após o GP da Espanha, em 22 de maio. Você pode acompanhar o programa pelo Canal UOL, no canal do UOL Esporte no Youtube e pelas redes sociais do UOL.

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