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Pró-Putin e casado com brasileira: quem é o ex-chefão da F1 preso em SP

Bernie Ecclestone, ex-chefão da F1, e sua esposa, a brasileira Fabiana, durante o GP da Rússia de 2018 - Clive Mason/Getty
Bernie Ecclestone, ex-chefão da F1, e sua esposa, a brasileira Fabiana, durante o GP da Rússia de 2018 Imagem: Clive Mason/Getty

Do UOL, em São Paulo

26/05/2022 10h13

O ex-chefão da Fórmula 1 Bernie Ecclestone foi preso no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), por carregar uma arma de fogo, que não tinha documentação regular, em sua bagagem. Ele pagou fiança e acabou liberado.

Ecclestone foi o grande nome dos bastidores da Fórmula 1 por mais de 30 anos até vender a categoria em 2016 para o grupo norte-americano Liberty Media por 8 bilhões de dólares (cerca de R$ 25,9 bilhões na época).

Após o acordo, ele continuou no cargo de CEO da Fórmula 1, mas durou pouco. Alguns meses depois da venda, em janeiro de 2017, Ecclestone deixou oficialmente o comando da F1. "Fui demitido hoje. Vou embora, é oficial. Não lidero mais a empresa, minha posição foi assumida por Chase Carey (presidente da Liberty Media)", afirmou. "Minha nova posição é agora uma expressão americana. Uma espécie de 'presidente honorário'. Assumo esse cargo sem saber o que isso significa."

Longe dos holofotes, Ecclestone colecionou declarações polêmicas desde então. A última foi há menos de três meses. O ex-chefão da F1 saiu em defesa do presidente russo, Vladimir Putin, em meio à guerra na Ucrânia ao falar sobre um encontro que teve com o político no passado.

"Como pessoa, eu o achei muito direto e honroso. Ele fez exatamente o que disse que faria", disse Ecclestone em entrevista à Times Radio. A entrevistadora rebateu e disse que Putin voltou atrás em sua palavra e invadiu a Ucrânia. Ecclestone, então, respondeu: "As circunstâncias mudam, não mudam?".

No passado, Ecclestone já havia feito elogios a Putin e chegou a dizer que o amigo poderia controlar a Europa ou a América se não fosse tão ocupado.

Casado com brasileira desde 2012

Desde 2012, o ex-chefão da Fórmula 1 é casado com a brasileira Fabiana Ecclestone. Eles têm um filho juntos, Ace, que nasceu em julho de 2020, quando o dirigente tinha 89 anos, e é o único filho homem de Ecclestone.

O ex-F1 conheceu a brasileira quando ela era diretora de marketing do GP do Brasil, em São Paulo.

Um caso curioso envolvendo o casal aconteceu em 2016. Aparecida Schunk, mãe de Fabiana, foi sequestrada, e os criminosos cobraram R$ 120 mil para liberá-la. Ecclestone disse que não iria pagar um centavo pela libertação da sogra. Aparecida foi resgatada pela polícia após nove dias em cativeiro.

Suborno a piloto

Em 2017, o dirigente foi citado por um campeão mundial em um caso de suborno. Alan Jones, campeão em 1980 dirigindo uma Williams, conta em sua autobiografia - "Como Alan Jones escalou até ao topo da Fórmula 1" - que o então chefe da F1 lhe ofereceu suborno para não participar de uma prova em 1985.

Em conversa entre os dois antes do GP da África do Sul, Ecclestone surpreendeu Jones com uma proposta: "Tenho uma ideia. Se você ficar doente e não puder correr esta semana, nós te daremos o prêmio de vencedor da prova. Vá para casa e visite a Austrália".

Ecclestone queria evitar problemas maiores depois que os funcionários negros da Beatrice, patrocinadora de Jones, ameaçaram entrar em greve caso ele corresse na África do Sul com o patrocínio da empresa em meio ao apartheid. Diante da proposta de Ecclestone, Jones aceitou, levou o prêmio para casa e foi "acometido por um vírus", ficando de fora da corrida na ocasião.

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