O GP de Mônaco deste domingo (29) teve de tudo: chuva pesada, largada atrasada, acidente feio, interrupção e uma corrida encerrada pelo tempo máximo, e não pelo número de voltas. O vencedor, de certa forma, foi inesperado. Com uma estratégia mais ousada, Sergio Pérez se deu melhor na hora de colocar os pneus para pista seca e venceu a prova nas ruas do principado. O pódio ainda teve Carlos Sainz e Max Verstappen. Já Charles Leclerc, pole e correndo em casa, terminou em quarto após liderar e comprometer sua corrida com uma lambança da Ferrari.
Na Live F1 do Seixas e do Flavio, transmitida pelo UOL Esporte logo após as corridas da Fórmula 1, os jornalistas Fábio Seixas e Flavio Gomes analisaram os principais destaques do GP de Mônaco. Os comentaristas criticaram a Ferrari pela confusão nos pit stops de Leclerc, o que tirou qualquer chance de o monegasco vencer em casa.
"Leclerc liderou a corrida no molhado com tranquilidade. Mas na hora de fazer toda aquela negociação de quando para ou não, a Ferrari realmente se atrapalha e chama o Leclerc junto com o Sainz. Essa foi a burrada. Se ele fica mais uma volta [na pista], como o Pérez, que também parou duas vezes, o Leclerc teria chance de ganhar a corrida e terminou na quarta colocação", comentou Gomes.
Seixas destacou que, logo no início da prova, as condições da pista já permitiam o uso de pneus intermediários. Foi quando o jogo começou a virar para Leclerc - no pior sentido. "Não tem muito o que inventar de estratégia em Mônaco: com pista seca, é uma parada e acabou. Mas todos começaram com pneus de pista molhada, até por obrigação do regulamento. Nas primeiras voltas, alguns pilotos se arriscaram ao colocar os intermediários. O Gasly começou a passar todo mundo, o que passou o recado de que o pneu intermediário era a melhor opção. A turma da frente foi para a troca e as coisas começaram a mudar", contou o colunista do UOL.
Os primeiros colocados fizeram suas paradas, com exceção de Sainz. Como Seixas ressaltou, a Ferrari já complicou a situação de Leclerc neste primeiro pit stop, que foi mais lento do que o dos principais concorrentes. "Na 19ª volta, o Leclerc entrou e colocou os intermediários. Só que, nessa altura, o Sainz já estava dizendo pelo rádio que queria colocar os pneus para seco. A Ferrari disse 'não, espera aí'. E chamou o Leclerc, que se deu mal. Ele voltou para a pista atrás do Pérez, no chamado undercut: o Pérez parou antes e fez uma volta rápida com os intermediários", disse.
Outra bobeada da Ferrari foi no momento da segunda parada de Leclerc. A equipe se atrapalhou ao chamá-lo para os boxes, e o piloto entrou logo após Sainz, perdendo ainda mais tempo. "A situação do Leclerc piorou ainda mais duas voltas depois. O Verstappen parou, o Sainz entrou nos boxes e colocou os pneus duros. A Ferrari chamou o Leclerc e, no momento em que ele entra no pit lane, a equipe pediu para ele ficar na pista. Nessa bagunça, o Leclerc, que era o líder da prova, caiu para a quarta posição", enfatizou.
Quando a corrida foi interrompida após o acidente de Mick Schumacher, era visível a decepção de Leclerc. "Ele estava acabado emocionalmente. A chance de vitória dele havia ido para o espaço em duas voltas e em três decisões erradas de estratégia da Ferrari", completou Seixas.
Não perca! A próxima edição da Live F1 do Seixas e do Flavio será logo após o GP do Azerbaijão, em 12 de junho. Você pode acompanhar o programa pelo Canal UOL, no canal do UOL Esporte no Youtube e pelas redes sociais do UOL.
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