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Do lifestyle a direitos divididos: como NBA se fortaleceu no Brasil

LeBron James é um dos maiores nomes da NBA na atualidade  - Harry How/Getty Images/AFP
LeBron James é um dos maiores nomes da NBA na atualidade Imagem: Harry How/Getty Images/AFP

Do UOL, em São Paulo

02/06/2022 04h00

Quando a bola subir hoje para o jogo 1 da final entre Boston Celtics e Golden State Warriors, às 22h (de Brasília), com transmissão da Band, ESPN e Star+, a NBA estará prestes a completar a temporada de aniversário de 75 anos. Criada na metade dos anos 40, a liga passou a negociar sua imagem fora dos Estados Unidos, e o Brasil parece ter virado parte importante nesse processo de consolidação internacional.

Com 45 milhões de fãs da principal competição do basquete mundial, segundo dados da última pesquisa do Ibope Repucom, o Brasil tem o maior número de assinantes do League Pass - o pay per view da NBA - fora dos EUA e aumentou sua base de fãs em 50% nos últimos anos.

"O brasileiro pratica muito esporte, está na nossa veia. Se eu te der uma bola laranja ou um pedaço de papel, você vai amassar e jogar no cesto de lixo ou numa tabela. Jogamos basquete, sabemos o que é o esporte da bola laranja. Acho que essa combinação é exclusiva e única", aponta Rodrigo Vicentini, head da NBA no Brasil.

Lifestyle

O estilo dos jogadores dentro e fora das quadras é algo que marca a NBA tanto quanto o jogo. Raros de serem vistos no Brasil nos anos 80/90, os produtos oficiais usados pelos atletas passaram a ser negociados com frequência no país.

A questão do preço ainda é um entrave. Mesmo no Brasil, o valor de alguns itens são precificados em dólar. Com isso, é raro você encontrar uma regata oficial de LeBron James, por exemplo, por menos de R$ 350.

Direitos divididos

Uma das táticas da NBA para aumentar o alcance no Brasil já é bem conhecida nos Estados Unidos: direitos de transmissão divididos. A ideia é democratizar as transmissões.

Assim, a NBA consegue atingir um público cada vez mais variado. ESPN, SporTV, Band, TNT Sports, canal da liga no YouTube, Twitch e League Pass (Pay Per View oficial) se dividem nas transmissões das partidas. Ao todo, 470 jogos foram transmitidos na atual temporada.

Nesta temporada, por exemplo, ESPN exibiu as finais da Conferência Leste e transmitirá as finais. Já o SporTV ficou com a decisão da Conferência Oeste, junto com a Band —que também vai exibir as decisões.

NBA House

Para celebrar os 75 anos da competição e aumentar ainda mais a base de torcedores no Brasil, a NBA montou pela quarta vez um verdadeiro "parque de diversões" para os fãs em São Paulo, com uma estrutura de mais de 3 mil metros quadrados.

A casa, que ficará no Shopping Eldorado, na Zona Oeste da capital paulista, funcionará entre os dias 2 e 19 de junho. Os torcedores poderão acompanhar a todos os jogos das finais ao vivo em um telão, shows, exposições e outras atividades relacionadas ao basquete. Os ingressos vão de R$ 40 em dias sem jogos e R$ 135 em dias dos jogos das finais.

Parceiros

A NBA também tem conquistado patrocinadores em solo brasileiro nos últimos anos, muito pela cultura da liga.

"A NBA é uma marca muito forte globalmente que fala não só do esporte em si, mas que carrega consigo todo um lifestyle e comportamento que gira em torno do universo do basquete, desde os jogos propriamente ditos, até o estilo de vida dos jogadores e apaixonados pelo tema. No Brasil houve um crescimento no consumo de itens relacionados à liga nos últimos anos, justamente por conta da criação de experiências em torno desse universo", diz Pedro Goldfarb, diretor de marketing da PepsiCo, dona da Ruffles, uma das patrocinadoras da NBA.

"O que chama atenção é que a NBA é mais do que um esporte. Impacta entretenimento, moda, costumes, cultura. Sem contar o show de entretenimento, isso é o que traz atratividade para uma marca", afirma Luciana Bulau, gerente executiva da Sadia, uma das patrocinadoras oficiais da marca no Brasil. "O que eu acho muito legal é que tem menos polarização. Se você se associa ao time A no futebol, é detonado pelo time B. A NBA traz mais esse negócio do entretenimento. Todo mundo gosta de ver as grandes estrelas da NBA mesmo que não seja o time de preferência."