'Cometi erro', ironiza Leifert após falar de escolha entre Lula e Bolsonaro

O apresentador Tiago Leifert respondeu as críticas que recebeu ao falar que preferia levar um tiro a ter de votar em Jair Bolsonaro e Lula na próxima eleição presidencial. Em longo vídeo no seu Instagram, o jornalista, ironicamente, disse: "cometi um grave erro" ao falar o que pensa politicamente.

"Minha vida virtual não está muito legal, tem sido bem chata desde a sexta-feira passada quando saiu uma entrevista minha em um podcast", começou Leifert, em referência à sua participação no podcast Cara a Tapa, do jornalista Rica Perrone.

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O apresentador disse que na semana passada concedeu três entrevistas longas, que "dão ideia" de quem ele é e que as "manchetes e cortes" do que foi publicado na imprensa não "dão ideia do que aconteceu".

"Eu cometi um erro grave que foi falar como eu penso politicamente. Eu falei o que eu vou falar em caso de segundo turno entre os dois candidatos que estão em primeiro nas pesquisas. Eu falei que não voto em nenhum dos dois. Só isso que eu falei", declarou Leifert, usando uma camiseta com a frase "No more Lies", que em tradução livre significa "Chega de Mentiras".

"Por que eu não posso falar o que eu penso? Por que ao dizer o que eu penso, sou chamado de covarde, imbecil, idiota?", questiona o apresentador, antes de continuar: "Uma coisa que me incomoda muito é o tom professoral de algumas pessoas aqui na internet, que por terem um número alto de seguidores, por escreverem para um portal grande ou jornal importante, se acham enviadas do céu, acham que desceram, vieram lá de cima para iluminar seres inferiores, como eu e vocês. Essas pessoas vêm para instruir e ensinar para nós como a gente deve pensar, fazer. Todas as críticas vieram neste tom professoral."

O apresentador não chega a citar nenhum nome, mas recebeu críticas do youtuber Felipe Neto, que disse considerar um "nojo" que a posição de votar nulo como defesa da democracia. No podcast de Rica Perrone, Leifert já havia se declarado oficialmente desafeto do influencer e o classificou como "inferior". Felipe Neto rebateu, dizendo que era um "literamente um elogio" ser chamado dessa forma "por um sapatênis faria limmer que odeia pobre".

O ex-jogador Neto, apresentar de Os Donos da Bola, foi outro que criticou Leifert. "Oh, Tiago Leifert, você não precisa dar um tiro na cabeça para votar no Lula. É só não votar. Não precisa votar no Lula, mas você votou no Bolsonaro. Vota em quem quiser. Agora, não vai votar em ninguém, mas não precisa dar um tiro na cabeça. Muito pelo contrário. Como menino maravilhoso que é, um cara legal, quando você fala isso, muitas pessoas falam: 'Opa, acho que também não vou votar'. E o voto é importante no momento atual, independente em quem você vota, no Bolsonaro, no Lula, no Ciro, no Moro - que é 'traíra'. Ele é 'traíra' para caramba. Vai votar em 'traíra'? Você está de brincadeira. Então, não precisa falar isso", disse o ídolo corintiano.

Polícia virtual dos costumes

Em seu vídeo, Leifert ainda criticou os chamados "defensores da democracia", que, segundo o apresentador, são os primeiros a xingá-lo discordar da opinião deles. "Na minha cabeça isso é a coisa mais antidemocrática do mundo. A pessoa se julga defensora da democracia, mas é incapaz de conviver com uma pessoa que pensa diferente dela? Acha que a pessoa está defendendo a democracia ao forçar uma pessoa ao votar como ela? Ela acha que está defendendo a democracia ao xingar de imbecil, idiota e medíocre a pessoa que simplesmente não vota no candidato dela? Achei tão estranho. Me pareceu polícia dos costumes. Uma polícia virtual dos costumes que fica com o cassetete na mão esperando alguém discordar."

"Quanto mais enche a boca para dizer que defende a democracia, menos defende, mais autoritário é e mais tenta te humilhar porque você pensa diferente. Isso não tem nada a ver com democracia. Acho que a pessoa entendeu completamente errado."

O apresentador ainda alertou que os "defensores da democracia", que não tentam dialogar e preferem "silenciar o debate e humilhar quem pensa diferente" são responsáveis por um "país dividido". "Vocês só pioram a situação".

Antes de finalizar, Leifert também ponderou que a maioria das pessoas está calada por medo de críticas. "A gente precisa dar às pessoas o direito de elas se manifestarem, falarem o que estão pensando, para que a gente possa mudar a opinião delas ou não. Mas debater com calma porque faltam quatro meses [para as eleições] e a gente precisa conversar todo mundo."