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Filipinho amplia soberania no Brasil e dispara como favorito no Mundial

Filipe Toledo comemora título da etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe, em Saquarema - Thiago Diz/World Surf League
Filipe Toledo comemora título da etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe, em Saquarema Imagem: Thiago Diz/World Surf League

Gustavo Setti

Do UOL, em Saquarema (RJ)

30/06/2022 04h00

Ninguém para Filipe Toledo em Saquarema. O surfista de Ubatuba (SP) se sente em casa na cidade na Região dos Lagos, no Rio, e se tornou tricampeão seguido do Oi Rio Pro. Depois de vencer em 2018 e 2019, ele repetiu o feito neste ano no evento que não foi realizado em 2020 e 2021 devido à pandemia da covid-19.

Contando o título conquistado em 2015, no Rio, Filipinho chegou a quatro troféus e se tornou o maior campeão da etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe, superando o australiano Dave Macaulay, tricampeão entre as décadas de 1980 e 1990.

Filipe dominou a final na última terça-feira (28) contra o também brasileiro Samuel Pupo e mostrou o motivo de ser quase imparável em Saquarema. Ele conseguiu uma nota 10 com um aéreo gigante e, com mais uma nota excelente (8,67) terminou com 18.67 pontos no somatório, contra 10,73 de Samuel, que fez sua primeira final em uma etapa do Circuito.

Favorito ao título

A vitória de Filipinho ainda fez o brasileiro disparar como principal favorito ao título mundial da temporada. Ele já chegou ao Brasil como líder do ranking e agora soma 50.040 pontos, quase 10 mil pontos à frente do segundo colocado, o australiano Jack Robinson - o vencedor de cada etapa recebe 10 mil pontos.

Em oito eventos realizadas até aqui em 2022, o brasileiro chegou em cinco finais e venceu duas. Além do Brasil, foi campeão em Bells Beach, na Austrália.

Antes conquistar o título em Saquarema, o surfista de Ubatuba já havia assegurado uma vaga no WSL Finals, que decidirá o campeão mundial de 2022 em setembro em um evento apenas entre os cinco primeiros do ranking.

Filipinho carimbou seu lugar no Finals após a derrota do australiano Ethan Ewing nas oitavas de final contra o brasileiro Yago Dora no evento em Saquarema. Agora, o objetivo é chegar em Trestles (Estados Unidos), que recebe a grande decisão, na ponta do ranking. O líder vai direto para a final desta última etapa em uma melhor de 3 contra quem vencer a semifinal.

Filipe Toledo dá aéreo que rendeu nota 10 na final do Oi Rio Pro 2022, em Saquarema - Daniel Smorigo/World Surf League - Daniel Smorigo/World Surf League
Filipe Toledo dá aéreo que rendeu nota 10 na final do Oi Rio Pro 2022, em Saquarema
Imagem: Daniel Smorigo/World Surf League

Antes do Finals, o Circuito ainda passa por África do Sul (julho) e Taiti (agosto), onde Filipinho surfará tranquilo.

"Agora é surfar sem pressão, feliz, do jeito que eu gosto de surfar, como venho surfando o ano interior. O primeiro objetivo já foi conquistado, mas a meta é chegar em Trestles como número 1 do mundo. O foco não para, o trabalho não para e vamos para cima", disse.

Outro brasileiro no top 5 é Italo Ferreira, que caiu na semifinal contra Samuel em Saquarema. O campeão olímpico assumiu a terceira posição do ranking. Griffin Colapinto (Estados Unidos) e Ethan Ewing fecham a lista dos cinco primeiros.

O tricampeão mundial Gabriel Medina foi eliminado logo na repescagem no Brasil, lesionou o joelho e não tem mais chances de chegar ao Finals. Ele abriu mão das cinco primeiras etapas do ano para cuidar da saúde física e mental. O evento em Saquarema foi o terceiro desde o retorno. Antes, Medina fez semifinal na Indonésia e em El Salvador. Devido à lesão sofrida em Saquarema, o surfista de Maresias não estará na África do Sul.