Justiça acata ação pública contra Piquet por falas racistas e homofóbicas
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal acatou a ação civil pública movida por quatro instituições contra o ex-piloto Nelson Piquet por utilizar termos racistas e homofóbicos ao falar sobre o heptacampeão mundial Lewis Hamilton em uma entrevista. A citação do tricampeão foi feita nesta segunda-feira e ele tem prazo de 15 dias para apresentar sua defesa e contestação.
Há uma semana, as entidades Educafro, Centro Santo Dias, Aliança Nacional LGBTI+ e ABRAFH entraram com a ação pedindo "imposição de obrigações de fazer e de indenização de R$ 10 milhões por danos morais coletivos" contra Piquet.
Na petição inicial, à qual o UOL teve acesso, as entidades argumentam que: "As ofensas injuriosas, humilhantes e vexatórias, de cunho racista e homofóbico, vociferadas publicamente pelo réu, ex-piloto tricampeão de Fórmula 1, portanto figura pública e expoente do esporte brasileiro (...) viola a um só tempo dois sistemas de normas, ambos considerados fundamentais no arcabouço principiológico consagrado na Constituição Federal, a saber: as normas que protegem a honra e dignidade da pessoa humana e as normas que protegem a população negra contra o racismo".
Entenda o caso
Em entrevista ao jornalista Ricardo Oliveira, em novembro de 2021, o ex-piloto Nelson Piquet usou mais de uma vez o termo 'neguinho', considerado racista, e foi homofóbico ao se referir a Lewis Hamilton, heptacampeão da Fórmula 1. O teor da entrevista tornou-se público na segunda-feira (27) e ganhou repercussão internacional.
Hamilton se pronunciou em português nas redes sociais para rebater a fala de Piquet: "É mais do que linguagem. Essas mentalidades arcaicas precisam mudar e não têm lugar no nosso esporte. Fui cercado por essas atitudes e alvo de minha vida toda. Houve muito tempo para aprender. Chegou a hora da ação".
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