Caso Leandro Lo: vídeo mostra PM em prostíbulo após homicídio de lutador
O tenente da PM Henrique Velozo foi à boate Bahamas, tradicional prostíbulo em São Paulo, após a briga que resultou no assassinato do lutador de jiu-jítsu Leandro Lo no último domingo (7). Imagens de câmeras de segurança mostram o policial entrando na boate às 3h04 e saindo duas horas depois, acompanhado de uma mulher não identificada.
Os vídeos foram publicados primeiro pela TV Globo e confirmados pelo UOL Esporte junto à Polícia Civil, que investiga o caso. Velozo é o principal suspeito de atirar e matar o lutador, após uma briga durante um show de pagode no Clube Sírio. Segundo testemunhas, o policial atirou na cabeça do lutador após uma troca de provocações e agressões.
Os investigadores obtiveram relatório de consumo que mostra que o PM pagou por uma garrafa de um litro de uísque e duas doses de gim com energético na Bahamas. A Polícia Civil informou que, depois de visitar o prostíbulo, o tenente passou a manhã e a tarde domingo no motel Astúrias, na zona oeste da capital paulista, de acordo com os registros do estabelecimento.
Ele seria preso no começo da noite, depois de ter um mandado de prisão decretado pela Justiça. Segundo os amigos que estavam com Leandro Lo durante o show de pagode no Clube Sírio, o PM se aproximou da mesa do lutador e fez provocações. Os dois brigaram, e o tenente foi imobilizado após sofrer um golpe de jiu-jítsu do campeão mundial. Ao se libertar da imobilização, o policial deu um tiro na cabeça do atleta, de acordo com as testemunhas.
Velozo era um dos seis policiais armados na casa de shows e teve o nome registrado na portaria do local. O registro ajudou os amigos do lutador a identificarem o PM após o crime.
De acordo com as comandas de consumo enviadas à polícia pela empresa Keep Young, que organizava o show naquela noite, tanto Leandro quanto Velozo consumiram bebida alcoólica durante o evento O policial gastou R$ 1.835 em gim, energético e água. Já o lutador pagou R$ 1.914 em uísque e energético.
Advogado de tenente da PM pede exames no corpo do lutador
O advogado Cláudio Dalledone, defensor de Henrique Velozo, disse "estranhar a divulgação pela imprensa de imagens do policial em casas noturnas, supostamente depois dos fatos". "Estas imagens precisam ser juntada aos autos para que a defesa possa fazer uma análise e, se necessário, até solicitar uma perícia. A defesa não vai permitir que se criem conclusões precipitadas, pré-julgamentos. É preciso ter cautela para que haja um julgamento justo", afirmou Dalledone.
O advogado pediu à Polícia Civil que faça exames complementares no corpo do lutador Leandro Lo e fez uma petição endereçada ao delegado do 16º Distrito Policial de São Paulo para que o IML verifique o nível alcoólico do lutador, assim como a existência de outras substâncias.
"Requer ainda, seja realizado exame complementar de alcoolemia da vítima e no que se refere ao exame toxicólogo já determinado por Vossa Senhoria, requer seja especificada a pesquisa laboratorial para anfetaminas, codeínas, metanfetaminas, ecstasy, EPO (doping sanguíneo), heroína, morfina, cocaína, crack, hGH (hormônios de crescimento), S1 (anabolizantes) e S6 (estimulantes)", diz um trecho da petição.
"Vamos indicar assistentes técnicos que acompanharão as análises periciais e apresentarão quesitos técnicos a serem respondidos pelo Instituto de Criminalística e Instituto Médico Legal. A defesa irá acompanhar de forma muito diligente todos os atos de investigação do inquérito policial e ainda realizar uma investigação defensiva para que nenhum factoide e nenhuma lenda assuma a direção deste caso criminal. Tudo deve ser apurado e cada um responderá por suas responsabilidades. Para isso, a defesa não poupará esforços jurídicos e legais para fazer com que a verdade seja reestabelecida", disse Dalledone.
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