Atleta medalhista olímpica anuncia ser homem trans em ação anti-transfobia
Aos 29 anos, Ellia Green, que conquistou a medalha de ouro no rúgbi defendendo a seleção feminina da Austrália nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, se assumiu homem transgênero. O anúncio foi feito em vídeo gravado para o combate à homofobia e transfobia no esporte.
"Prometi a mim mesmo que, quando minha carreira no rúgbi terminasse, continuaria a viver o resto da minha vida com a identidade e o corpo em que sei que devo estar. Eu só sabia que ia ser a sensação mais libertadora quando eu fizesse aquela cirurgia e estivesse no corpo que eu sabia que tinha que estar", disse Ellia.
Green se tornou o primeiro homem transgênero entre os atletas olímpicos. Antes dele, Quinn, que defende a seleção feminina de futebol do Canadá, e Caitlyn Jenner, que foi decatleta, se assumiram trans, mas como mulheres.
Ellia Green disse que espera que a sua atitude encoraje outras pessoas a fazerem o mesmo e explicou algumas razões para ter tomado a decisão.
"Uma grande razão pela qual eu queria fazer isso e conversar é porque eu quero que minha filha me veja um dia e diga: 'Uau, meu pai foi corajoso o suficiente para falar sobre isso, e meu pai foi corajoso o suficiente para compartilhar sua história com outros para ajudá-los a viver suas vidas um pouco melhor, um pouco mais fácil do que o que ele fez neste momento'. É possível viver uma vida como o seu verdadeiro eu. É possível encontrar o amor, ter filhos, casar, fazer tudo isso, mesmo que existam leis por aí e pessoas dizendo que você pode e não pode fazer isso. Você consegue", disse.
Em junho, a International Rugby League proibiu mulheres trans de jogarem partidas internacionais. Green se posicionou contra a medida e destacou sua preocupação com a saúde mental das pessoas.
"Imagine não poder fazer o que você ama por causa de como você se identifica, banir transgêneros do esporte, eu acho vergonhoso e doloroso. Acho que as taxas alarmantemente altas de suicídio e os desafios de saúde mental que os jovens trans e com diversidade de gênero vivenciam ficarão ainda piores", afirmou.
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