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Caso Leandro Lo: defesa de PM pede, e polícia fará reconstituição do crime

Leandro Lo foi morto no último dia 7 durante um show na zona sul de São Paulo - Reprodução/Instagram
Leandro Lo foi morto no último dia 7 durante um show na zona sul de São Paulo Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

20/08/2022 04h00

A delegacia de polícia que investiga a morte do lutador Leandro Lo aceitou o pedido da defesa do PM Henrique Velozo para fazer a reconstituição do crime. A reprodução simulada deve acontecer no início da próxima semana.

O tenente ainda não deu sua versão do caso à polícia. A reconstituição, deste modo, terá como base as versões das testemunhas que, hoje, norteiam o inquérito. Ao UOL, o advogado Cláudio Dalledone, que defende o policial, afirma ter pedido a reconstituição do caso porque "as versões são contraditórias".

Advogado da família de Leandro Lo, Adriano Salles considera a decisão judicial "um procedimento comum da investigação" e não uma concessão à defesa de Velozo. Segundo Salles, a versão que será reconstituída é a que traz o tenente provocando Leandro Lo em diversas oportunidades. "A versão das testemunhas é o que temos: as provocações do policial começaram quando ele passou a entregar copos vazios ao Leandro, como se ele fosse garçom e tivesse de retirá-los. Depois, pegou a garrafa de bebida da mesa deles", explica.

Ainda de acordo com a acusação, o lutador teria imobilizado o policial e perguntado se ele pararia por ali ou se queria confusão. "Segundo as versões que temos até o momento, Velozo teria concordado em parar as provocações. Então, ele encosta na mesa, põe a arma na cabeça do Leandro e atira". A justiça aceitou o pedido dos advogados da família de Lo para que o processo passasse a tramitar em sigilo.

PM foi a prostíbulo após crime

Após atirar contra Leandro Lo, na madrugada do dia 7, o tenente da PM Henrique Velozo foi à boate Bahamas, tradicional prostíbulo em São Paulo. Imagens de câmeras de segurança mostram o policial entrando na boate às 3h04 e saindo duas horas depois, acompanhado de uma mulher não identificada.

Os vídeos foram publicados primeiro pela TV Globo e confirmados pelo UOL Esporte junto à Polícia Civil, que investiga o caso. Os investigadores obtiveram relatório de consumo que mostra que o PM pagou por uma garrafa de um litro de uísque e duas doses de gim com energético na Bahamas. A Polícia Civil informou que, depois de visitar o prostíbulo, o tenente passou a manhã e a tarde de domingo no motel Astúrias, na zona oeste da capital paulista, de acordo com os registros do estabelecimento.

O advogado de Velozo disse "estranhar a divulgação pela imprensa de imagens do policial em casas noturnas, supostamente, depois dos fatos". "Essas imagens precisam ser juntadas aos autos para que a defesa possa fazer uma análise e, se necessário, até solicitar uma perícia. A defesa não vai permitir que se criem conclusões precipitadas, pré-julgamentos. É preciso ter cautela para que haja um julgamento justo", afirmou Dalledone.

Seis policiais armados no Sírio

Velozo era um dos seis policiais armados no clube Sírio, onde ele e o lutador assistiam ao show do grupo Pixote. O PM teve o nome registrado na portaria do local, e foi esse registro que ajudou os amigos de Leandro Lo a identificarem o PM após o crime.

De acordo com as comandas de consumo enviadas à polícia pela empresa Keep Young, que organizava o show naquela noite, tanto Leandro quanto Velozo consumiram bebida alcoólica durante o evento O policial gastou R$ 1.835 em gim, energético e água. Já o lutador pagou R$ 1.914 em uísque e energético.