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Caso Leandro Lo: polícia fará reconstituição do crime sem a presença de PM

Henrique Velozo, tenente da Polícia Militar de São Paulo, foi preso por atirar na cabeça do lutador - Reprodução/Instagram
Henrique Velozo, tenente da Polícia Militar de São Paulo, foi preso por atirar na cabeça do lutador Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

29/08/2022 14h22

A Polícia Civil de São Paulo marcou para a manhã da próxima quarta-feira (31) a reconstituição do assassinato do lutador de jiu-jítsu Leandro Lo, que aconteceu no começo do mês em uma balada na zona sul da capital paulista. A simulação dos fatos que levaram à morte do atleta não contará com a participação do tenente da PM Henrique Velozo e será feita com base no depoimento das testemunhas que deram sua versão à polícia.

Velozo admite ter atirado na cabeça do lutador, mas preferiu ficar em silêncio em seu depoimento um dia depois do crime. Sua defesa afirma que ele agiu em legítima defesa, após se ver cercado por Leandro Lo e seus amigos. De acordo com as testemunhas, Velozo provocou o atleta e foi imobilizado pelo campeão mundial. Depois de ser libertado, ele atirou em sua cabeça. Ele também teria chutado o lutador já caído.

O advogado Claudio Dalledone, que defende o policial, já havia pedido formalmente para que o delegado do 16º DP fizesse a reconstituição.

"A referida diligência tem o objetivo elucidar as dúvidas consistentes que ainda emanam dos autos, especialmente acerca da dinâmica dos atores do evento, postura dos personagens, trajeto e trajetória do disparo efetivado", escreveu o advogado nos autos do inquérito. "Assim, nos termos do art. 7º, do Código de Processo Penal, revela se imprescindível a realização da REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS, tomando por base - ainda - a gravação das imagens do evento narrado, o comportamento e a conduta dos personagens envolvidos na contenda."

É possível que a reconstituição seja a última etapa do inquérito policial, a não ser que a polícia decida ouvir outras testemunhas. Depois da conclusão, o caso será remetido ao Ministério Público, que a fará a denúncia. Se for condenado por homicídio doloso, o policial poderá pegar até 30 anos de prisão. Henrique Velozo continua preso no Romão Gomes, presídio que recebe policiais.