Medalhista olímpico brasileiro e técnico são vítimas de racismo em torneio
Maicon Andrade, atleta brasileiro de taekwondo que foi medalha de bronze nas Olimpíadas do Rio em 2016, venceu o 'Pan Am Series III' — competição da modalidade —e tinha todos os motivos para comemorar no fim de semana. No entanto, ele e seu técnico Rafael Valerio, denunciaram terem sido vítimas de racismo no Centro Paraolímpico Brasileiro, onde acontecia o evento.
Eles publicaram um vídeo nas redes sociais explicando o que aconteceu.
"Eu e o Maicon fomos vítimas de ato de racismo dentro do local do campeonato, provavelmente por pessoas que conhecem a gente. Mandaram essa foto aqui pra gente, ao mesmo tempo. Uma coisa que deixa a gente indignado, racismo é crime, pena prevista em lei", iniciou o treinador.
"Só pra dar um toque, não é ofendendo a gente que vão atingir a gente. Negros com muito orgulho. Negros de sucesso. Negros campeões. Provavelmente, a conquista do Maicon incomodou alguém. Você vai mandar muito mais fotos de macaco. Você vai ter , pode mandar foto de banana, qualquer foto. Mas só um recadinho, já foi realizado um boletim de ocorrência, a gente vai atrás. Abre a sua mente um pouquinho. A gente está em 2022. Racismo é crime. Qualquer forma de discriminação", disse Rafael em depoimento nas redes sociais.
Segundo ele, alguém que estava na competição enviou via Air Drop —serviço de compartilhamento de arquivos via Wi-Fi desenvolvido pela Apple— a foto de um macaco e tentou disfarçar se identificando como Moto G5.
O UOL Esporte teve acesso ao boletim de ocorrência do caso, registrado como injúria (art. 140). As vítimas foram orientadas quanto ao prazo de seis meses para oferecimento de representação criminal e queixa-crime contra o investigado.
A dupla também protocolou uma queixa na Confederação Brasileira, na Comissão de Atletas da Confederação Brasileira e na ouvidoria do Comitê Olímpico Brasileiro.
No Rio-2016, Maicon lutou na categoria acima de 80 kg e conquistou a medalha de bronze após superar Mahama Cho, do Reino Unido.
Ele se tornou o primeiro homem brasileiro a conquistar uma medalha olímpica na modalidade.
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