Em 1º Mundial como mãe, Sheilla diz que não fica com gêmeas durante jogos
Bicampeã olímpica e uma das principais jogadoras da história recente do vôlei brasileiro, Sheilla enfrenta os desafios de uma recém-aposentada. Longe das quadras há pouco mais de cinco meses, a ex-atleta de 39 anos trocou os saques pelos livros e horas ao lado das filhas gêmeas Liz e Ninna, de quatro anos. Claro que a paixão pelo vôlei segue intacta, o que torna a ex-oposta uma torcedora fervorosa da seleção feminina, que se prepara para estrear no Mundial, amanhã (24), às 15h30 (de Brasília), contra a República Tcheca.
Ainda se acostumando com o dia a dia longe da rotina de treinos e do "frio da barriga" antes das competições, Sheilla assistirá ao início do Mundial da sala de casa, e de preferência sem a presença das filhas, para focar apenas nas partidas. Depois, a ex-jogadora entrará em um avião rumo à Holanda, onde o Brasil tenta o título inédito. A final do torneio será em 15 de outubro, em Apelddorn (HOL). É o primeiro Mundial da agora ex-jogadora como mãe, já que Liz e Ninna nasceram semanas depois do final da última edição do torneio.
"Eu fico super tensa. Não sou de brigar, mas fico assim. Eu levanto, sento de novo, saio da sala. Eu falo: 'pelo amor de Deus, não deixa as minhas filhas comigo quando tem jogo importante porque elas vão querer brincar e eu não consigo dar atenção'. Se for um jogo mais tranquilo, pode até ficar, mas se for mata-mata, mais tenso, aí não dá. Elas ainda não entendem que eu preciso assistir", contou a bicampeã em entrevista ao UOL Esporte.
"Eu vou para lá para as quartas de final. Eu sempre tento ajudar, mesmo longe. Eu já vivi muito, então consigo ajudar. Estou sempre disposta a isso, aberta para quem me procurar. Eu também procuro algumas sempre", completou a ex-atleta, que soma quatro participações em Mundiais no currículo.
Enquanto o Brasil não dá o primeiro saque, Sheilla se prepara para o futuro fora das quadras, mas nunca longe do vôlei. Após uma experiência na comissão técnica do Minas Tênis Clube, a ex-oposta foca agora nos estudos e faz cursos sobre o "mundo business".
"Ainda estou me adaptando [à vida de ex-atleta]. Estou participando de umas mentorias, para entender mais do mundo business. Estou buscando conhecimentos de outras áreas para saber direito onde vou me encaixar nessa transição de atleta para talvez business, empreendedora, empresária. Não quero sair do vôlei, mas ainda não sei o que eu vou fazer. Estou fazendo outros cursos também, para ver o que vou gostar de fazer. Estou nessa busca por conhecimento", definiu.
E claro que nessa jornada sobra tempo para acompanhar de perto o desenvolvimento das filhas — que completam 4 anos em novembro — assim como aproveitar sua casa. Duas coisas raras em meio à corrida vida como jogadora de vôlei.
"Consegui ficar em casa com as minhas filhas, aproveitando elas ao máximo, levando e buscando do colégio, levando na natação e ficando lá. Eu consegui curtir meu apartamento, minhas filhas, essa vida mais tranquila", resumiu.
Mas e o Mundial?
Sheilla se aposentou, mas fala da seleção como se ainda fizesse parte do elenco convocado por Zé Roberto Guimarães. Experiente quando o assunto é Mundial, a ex-jogadora avaliou o grupo verde-amarelo, que conta com República Tcheca, Argentina, Colômbia, Japão e China.
"O Brasil tem jogos chatos, importantes e difíceis, que são contra Japão e China. A gente jogou contra elas na Liga das Nações, ganhamos os dois jogos, mas China foi 3 a 2 e Japão foi um 3 a 1 muito arrastado. Jogos chave são contra Japão e China, mas não podemos facilitar contra nenhum outro, e tem adversários que podem apertar. Esses confrontos são fundamentais, até pensando em cruzamento mais para frente. No papel, os adversários teoricamente mais difíceis são Japão e China. Se conseguirmos vencer, damos um passo grande na classificação, para ficar num lugar mais alto da tabela", analisou.
E por quê o Brasil nunca conquistou o Mundial? Para Sheilla, por se tratar da competição mais difícil da modalidade.
"Eu joguei quatro Mundiais, e ele é o campeonato mais difícil do calendário de vôlei de seleção. É um campeonato longo, com muitas partidas. Você joga praticamente contra todo mundo. Tem de pensar dia a dia, degrau por degrau, até para gerar menos ansiedade em todo mundo", disse.
Mesmo assim, a bicampeã olímpica deixou claro que o Brasil vai em busca do título. "A gente sempre quer a medalha, estar no lugar mais alto do pódio. O Brasil nunca entra em uma competição sem ter isso como meta", avisa a atleta, que tem no currículo duas medalhas de prata (2006 e 2010) e uma de bronze (2014) em Mundiais.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.