Romário e Maurício Souza, do vôlei, são eleitos; outros esportistas patinam
Com a apuração completa, a votação do esporte nas eleições de 2022 foi grande. O maior destaque foram dois membros do PL, mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro, que tentará a reeleição no segundo turno: Romário foi eleito para o Senado pelo Rio de Janeiro, com 2,3 milhões de votos, e Maurício Souza, jogador de vôlei, conseguiu uma vaga entre os deputados federais de Minas Gerais, com 83.267 votos.
Quem também se elegeu foi o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello (PSC). Responsável pelo processo de saneamento das dívidas do clube entre 2013 e 2018, ele recebeu 72.571 votos para deputado federal no Rio de Janeiro — e acabou vencendo um duelo de flamenguistas com Marcos Braz (PL), vice-presidente de futebol da atual gestão, que não foi eleito para o Congresso Nacional com 38.492 votos.
Em Minas, Maurício Souza foi o grande destaque porque foi eleito, mas Alexandre Kalil (PSD), ex-presidente do Atlético-MG, foi o representante do esporte com mais votos. Ele recebeu 3,7 milhões de votos, mas acabou em segundo lugar na disputa para o governo do estado. Romeu Zema (NOVO) conseguiu a reeleição no primeiro turno com 6 milhões de votos.
O UOL Esporte fez um levantamento do desempenho de atletas, ex-atletas e figuras ligadas ao esporte nestas Eleições. Confira abaixo:
Romário (PL) - ELEITO
Um dos melhores centroavantes da história, Romário foi protagonista no futebol por onde passou e, principalmente, na campanha do tetracampeonato mundial da seleção brasileira. O ex-jogador está na política desde 2010, quando se elegeu deputado federal pelo Rio de Janeiro pelo PSB. Em 2014, também no Rio de Janeiro, foi eleito senador. Nestas eleições, o ex-craque conseguiu a reeleição com pouco mais de 29% dos votos.
Maurício Souza (PL) - ELEITO
Maurício Souza, central de vôlei que fez muito sucesso na seleção brasileira, foi dispensado do seu clube, o Minas Tênis Clube, em 2021, após se envolver em seguidas polêmicas nas redes sociais com postagens de cunho homofóbico. O caso gerou polêmica, com o atleta sendo apoiado por diversas personalidades e criticado veementemente por outras. O atleta de 34 anos disputou sua primeira eleição e conseguiu cadeira de deputado federal por MG.
Luiz Lima (PL) - ELEITO
Um dos grandes nomes das provas de fundo da natação brasileira, Lima entrou para a política em 2016, quando virou secretário nacional de Esporte no governo Temer. Em 2018, foi eleito deputado federal e, agora, é reeleito.
Alexandre Kalil (PSD)
Antigo presidente do Atlético-MG, Kalil comandou o clube de 2008 até 2014, período em que o Galo conquistou muitos títulos. Na política, Alexandre Kalil chegou a registrar-se para concorrer a deputado federal em 2014 pelo PSB, mas acabou desistindo e se desfiliando do partido. Em 2017, foi eleito prefeito de Belo Horizonte, sendo reeleito em 2020. Kalil renunciou à prefeitura em 2022 para concorrer ao governo. No entanto, foi derrotado no primeiro turno por Romeu Zema. Kalil teve 35% dos votos.
Joel Santana (PROS)
Personagem folclórico do futebol brasileiro, o técnico Joel Santana está longe dos holofotes do futebol desde 2017, quando trabalhou nos Estados Unidos. O ex-técnico de futebol fez carreira no Rio de Janeiro, comandando todos os gigantes do estado e ainda teve passagens por times como Corinthians e Internacional. Agora, aos 73 anos, Joel Santana não se elegeu como deputado federal pelo RJ.
Bebeto (Podemos)
Bebeto, craque e eterno parceiro de Romário na Copa do Mundo de 1994, conseguiu ser ídolo nos rivais Vasco e Flamengo jogando como atacante. Na vida política, foi eleito deputado estadual no Rio de Janeiro em 2018 com mais de 25 mil votos. Agora, o ex-jogador não conseguiu se eleger para o cargo de deputado federal pelo RJ.
Marcos Braz (PL)
"Homem-forte" do futebol do Flamengo nos últimos anos vitoriosos, Marcos Braz foi secretário municipal de Esporte e Lazer durante a gestão do prefeito Eduardo Paes no Rio de Janeiro. Em 2020, ele foi eleito como o sexto vereador mais votado no Estado do Rio. Agora, Braz não conseguiu se eleger ao cargo de deputado federal pelo RJ.
Dinei (Avante)
Ídolo do Corinthians, o ex-atacante Dinei tentava se eleger como deputado federal com uma campanha que provocava seu histórico rival, o Palmeiras. Na vida extracampo, Dinei já participou dos realitys shows "A Fazenda", "Ilha Record" e "Power Couple". O ex-jogador se candidatou pela sétima vez, mas não conseguiu uma cadeira.
Wanderlei Silva (PP)
Lenda do MMA, Wanderlei Silva tentou se eleger em 2018 como deputado federal, mas não conseguiu. Agora, voltou a falhar. Como lutador, Wanderlei disputou 50 lutas e venceu 34, sendo uma das estrelas do japonês Pride, o evento mais importante do MMA no mundo antes da ascensão do UFC, e do UFC, após fazer a transição para os EUA.
Tandara (MDB)
Tandara Caixeta, do vôlei, suspensa por quatro anos após ser flagrada no antidoping nas Olimpíadas de Tóquio, no ano passado, tentou a transição de carreira para a política. Durante a campanha, a jogadora se envolveu em uma polêmica ao criticar um desenho que continha um casal com duas mães. Ela não conseguiu se eleger como deputada federal e pretende voltar ao vôlei.
Outros nomes do esporte que não se elegeram:
Leila (ex-jogadora de vôlei) - PDT: ficou em 5º na disputa para o Governo do DF
Douglas 'Maestro Pifador' (ex-Grêmio e Corinthians) - União BR: não se elegeu para deputado federal pelo RS
João Derly (ex-judoca) - REPUBLICANOS: não se elegeu para deputado estadual pelo RS
Ceará (ex-Cruzeiro) - PODEMOS: não se elegeu para deputado federal pelo MG
Vanderlei Cordeiro Lima (maratonista) - PP: não se elegeu para deputado federal pelo PR
Gilson Kleina (treinador do Brusque) - PP: não foi eleito deputado federal pelo PR
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