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Rafaela Silva é bicampeã mundial de judô após suspensão e se emociona

Judoca brasileira Rafaela Silva já tinha sido campeã mundial em 2013 - Reprodução/@timebrasil
Judoca brasileira Rafaela Silva já tinha sido campeã mundial em 2013 Imagem: Reprodução/@timebrasil

Do UOL, em São Paulo

08/10/2022 10h20

A judoca Rafaela Silva foi campeã mundial da categoria até 57 kg neste sábado (8), em Tashkent, no Uzbequistão. Foi o primeiro Mundial da brasileira depois de dois anos de suspensão por doping, entre 2019 e 2021. Na final, ela venceu a japonesa Haruka Funakubo com um waza-ari a 30 segundos do fim.

É o segundo título mundial da brasileira nove anos depois da primeira conquista em 2013, no Rio de Janeiro. Rafaela Silva soma mais três pratas (2011, 2013 [equipe] e 2017 [equipe]) e dois bronzes (ambos em 2019, individual e equipe) em Campeonatos Mundiais. Também no Rio, ela foi medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de 2016, mas não disputou as Olimpíadas de Tóquio por causa da suspensão por doping.

Na cerimônia de premiação, a brasileira apareceu emocionada principalmente durante a execução do Hino Nacional.

"Quando eu vi a lista de inscritos, vi que ia ser uma competição muito dura, muito disputada. Minha categoria tem sempre meninas novas subindo ao pódio. Estou feliz com esse feito, com minha medalha de ouro. Foi a resiliência, a concentração, o foco que eu vim para essa competição com o objetivo de sair daqui com a medalha de ouro e estou feliz porque consegui", disse ela após a conquista.

A judoca foi pega no exame antidoping durante os Jogos Pan-Americanos de 2019. Rafaela testou positivo para fenoterol, uma substância presente em remédios para asma, foi notificada em setembro daquele ano e acabou condenada a dois anos de suspensão pelo tribunal da Federação Internacional de Judô (IJF), em pena aplicada em janeiro de 2020.

Ela recorreu à Corte Arbitral do Esporte (CAS), mas o gancho foi mantido e ela perdeu as medalhas conquistadas no Mundial de 2019, bronze no individual e bronze por equipes, e o ouro do Pan.

Rafaela Silva sempre defendeu que a substância proibida entrou no seu corpo por contaminação, não de forma intencional.

Ela voltou ao judô em outubro de 2021. Antes atleta do Instituto Reação, se transferiu para o Flamengo ao fim da punição. A judoca foi campeã brasileira ainda no ano passado, voltou a disputar Grand Slams e está em busca de vaga nos jogos de Paris-2024.

Neste sábado (8), a brasileira venceu suas quatro lutas até a final, inclusive a semifinal com um ippon em 40 segundos. Na final contra a japonesa Funakubo, ela quase foi vencida por imobilização, mas conseguiu fugir e já perto do fim da luta conseguiu o waza-ari decisivo.

"Quando eu vi o sorteio, eu vim logo com uma menina da casa e lutar contra o pessoal da casa tem aquele agito. Eu sabia que eu tinha que entrar focada, concentrada, e eu sabia que a minha segunda luta seria muito dura porque lutei contra ela quatro vezes, ganhando duas e perdendo duas. Agora é torcer para os atletas dos próximos dias, dar o suporte para todo mundo e agora vamos em busca de uma nova medalha por equipe", salientou.

Daniel Cargnin conquista o bronze

Medalhista olímpico na categoria até 66 kg em Tóquio-2020 no ano passado, o brasileiro Daniel Cargnin conquistou neste sábado a medalha de bronze no Mundial de judô na categoria até 73 kg. Ele venceu na luta final o italiano Manuel Lombardo com um ippon. Cargnin desse modo encerra um jejum do masculino em Mundiais de judô que vinha desde 2017.