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Zé Roberto Guimarães quer 'cabeça vencedora' na seleção de vôlei até Paris

Jose Roberto Guimaraes, técnico da seleção brasileira feminina de vôlei, em jogo contra o Japão pelo Mundial - Rene Nijhuis/Orange Pictures/BSR Agency/Getty Images
Jose Roberto Guimaraes, técnico da seleção brasileira feminina de vôlei, em jogo contra o Japão pelo Mundial Imagem: Rene Nijhuis/Orange Pictures/BSR Agency/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

23/10/2022 04h00

O técnico José Roberto Guimarães chegou ao seu terceiro vice-campeonato mundial na última semana, sob comando da seleção brasileira feminina, e agora busca subir o "degrau mais difícil" para chegar ao ouro olímpico nos Jogos de Paris 2024. Em meio à reformulação de elenco, o comandante se inspira no grupo campeão em Pequim 2008 para encerrar a sequência de pratas e, enfim, voltar ao topo do vôlei.

Além da prata no último Mundial, com derrota para a Sérvia na final, Zé Roberto Guimarães chegou a outras duas finais — Liga das Nações e Olimpíadas de Tóquio — onde também amargou derrotas. Agora, o treinador aponta a classificação para Paris como principal objetivo, mas afirmou que "temos um gap e que precisamos evoluir".

"Foram três campeonatos consecutivos, e a gente fica com esse 'pô, não ganhamos a final'. Agora temos de trabalhar a situação desse degrau que nós temos que ganhar. Ano que vem, temos como campeonato mais importante a classificação para a Olimpíada. Em se classificando, um planejamento para a Olimpíada, porque a gente tem chance. Temos material humano, um time que pode brigar", afirmou Zé Roberto em entrevista ao UOL Esporte durante participação no evento Nescau Summit 2022, em São Paulo.

Zé Roberto conhece como poucos o caminho até o ouro olímpico, já que ele foi o treinador do bicampeonato nos Jogos de Pequim 2008 e Londres 2012. E comparou o grupo de 14 anos atrás ao que acabou de ser vice mundial.

"O time de 2008 foi considerado 'amarelonas'. A gente sabia que tecnicamente tínhamos um time bom, mas a gente precisava formar essas cabeças vencedoras, esse algo a mais. A gente passou por processos de derrotas até essas meninas entenderem o quanto era necessário decidir a última bola. Esse time também vai passar por esse processo até decidir da melhor maneira a última bola. Esse processo de construção de cabeças vencedoras, mente forte, de suportar pressão, adversidades. É o degrau mais difícil de você chegar", destacou o ex-jogador.

Portas abertas

Zé Roberto - Rene Nijhuis/Orange Pictures/BSR Agency/Getty Images - Rene Nijhuis/Orange Pictures/BSR Agency/Getty Images
Zé Roberto Guimarães, técnico da seleção brasileira feminina, em jogo contra a Itália pelo Mundial de Vôlei
Imagem: Rene Nijhuis/Orange Pictures/BSR Agency/Getty Images

A busca por mais uma medalha olímpica precisará do "melhor time possível", e Zé Roberto abriu as portas para jogadoras brasileiras, sejam elas jovens ou experientes. No Mundial, por exemplo, Carol Gattaz foi convocada aos 41 anos e foi um dos destaques da semifinal contra a Itália.

"As portas estão abertas. A gente não pode fechar porta para ninguém. Temos que formar o melhor time possível para representar o nosso país. A seleção não é minha, é de todo mundo, e que a gente tem que ter as melhores jogadoras", disse o tricampeão olímpico, defensor de um grupo de heterogêneo:

"Eu sempre procurei mesclar jogadoras mais jovens com experientes. As mais jovens aprendem muito com as mais velhas, como jogar, como se comportar. A Gabi, por exemplo, foi um espetáculo a parte para mim, como capitã, como comportamento e comprometimento. Esse foi o grupo que eu vi as jogadoras se cuidando mais. Elas chegavam a se preparar 15, 20 minutos antes do treino, e isso é muito raro de acontecer. Estava um negócio muito legal. Muito bacana ver isso acontecer", detalhou.

Ao todo, 12 seleções se classificarão para os Jogos Olímpicos de Paris. Além da França, país-sede, os demais disputarão seis vagas em torneios classificatórios, realizados entre setembro e outubro de 2023. As cinco restantes serão definidas através do ranking da FIVB (entidade responsável pelo vôlei mundial).