Sem Simone Biles e russas, Rebeca Andrade chega ao Mundial como estrela
A brasileira Rebeca Andrade é a grande atração do Mundial de Ginástica Artística, que está sendo realizado em Liverpool, no Reino Unido. Campeã olímpica e mundial no salto, a atleta de 23 anos está atraindo todos os holofotes no evento, ainda mais com a ausência de Simone Biles, dos Estados Unidos, e das competidoras da Rússia, fora por causa da Guerra na Ucrânia.
Hoje (30), ela começa sua disputa junto com Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira, Júlia Soares e Carolyne Pedro na equipe brasileira — Christal Bezerra é a reserva do grupo. "Minha meta para o Mundial é conseguir fazer meu melhor para todos os aparelhos e sair orgulhosa da competição. O resultado é consequência, pois todo mundo que estiver dentro daquele ginásio tem capacidade", afirmou ao UOL Esporte.
Chamada de "Rainha" por veículos especializados na modalidade, ela sabe que muitos olhares estarão nela durante a competição, ainda mais porque Simone Biles não competirá. Apesar disso, Rebeca gostaria de ver a norte-americana na disputa. "A Simone é um fenômeno e ela faz muita falta na competição, pelo talento que tem. Ela é de outro mundo, é muito bonito assistir a ela competindo. Mas também a gente entende que tem coisas mais importantes como a saúde do nosso corpo e da nossa mente", diz.
Para Rebeca, o gesto de Biles, que durante os Jogos de Tóquio desistiu de competir para cuidar de sua saúde mental, faz bem para o esporte. "Eu fico orgulhosa de ela ter se colocado em primeiro lugar e tenho certeza de que logo ela estará de volta. Não sinto como se fosse uma perda ela não estar aqui, pois ela é um orgulho para a gente, não só como atleta, mas como ser humano mesmo. E eu desejo sempre o melhor e acredito que logo ela estará de volta", continua.
Rebeca tem uma carreira marcada por lesões, principalmente em momentos importantes da temporada. Mas quando se mostrou saudável, esbanjou talento e conquistou resultados históricos, como dois pódios nas Olimpíadas (ouro no salto e prata no individual geral) e no Mundial em 2021 (ouro no salto e prata nas barras assimétricas). Agora, desponta como uma das favoritas às medalhas na principal competição do ano.
"Estou muito bem fisicamente e mentalmente, e trabalho há muito tempo com minha psicóloga. Tem de se manter tranquila e concentrada, com o coração e o corpo tranquilos para tudo fluir. Meus melhores aparelhos são salto, paralela e talvez solo. Trave não é muito ruim, mas não é um aparelho que gosto muito", avisa.
A garota de Guarulhos vive um ótimo momento na carreira e sabe que esse Mundial é muito importante para o ciclo olímpico até os Jogos de Paris, seu grande objetivo. Após o ouro olímpico, sua vida mudou bastante e ela garante que tem aproveitado os bons momentos que essas medalhas ajudaram a trazer.
"Eu tive mais oportunidades de fazer outras coisas fora do esporte. O que mais gosto é o reconhecimento do meu trabalho, quando as pessoas me reconhecem na rua, quando as crianças falam que querem ser como eu dentro do esporte. É possível inspirar até gente de outros esportes, para a vida ou para outras modalidades. A garra, a força, a dedicação, isso serve para qualquer coisa que você for fazer na vida. Acredito que isso foi o que mais mudou. A visibilidade do nosso esporte mudou também e me sinto orgulhosa por fazer parte disso", diz.
Tranquila, ela parece estar bem concentrada para conquistar bons resultados no Mundial de Liverpool. Apesar dos holofotes, ela mantém a serenidade para tentar aumentar sua coleção de medalhas e ampliar o legado que vem conquistando na ginástica artística brasileira. "Eu sou uma atleta que adora competir, então estou bem animada e espero conseguir fazer o meu melhor e tudo que treinei. O resultado é consequência disso, só quero mesmo é dar o meu máximo e sair feliz e orgulhosa", conclui.
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