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Piloto da Stock Car relata emboscada e diz que foi agredido em delegacia

Sérgio Jimenez, piloto da Stock Car, foi agredido por manifestantes após furar um bloqueio  - Reprodução
Sérgio Jimenez, piloto da Stock Car, foi agredido por manifestantes após furar um bloqueio Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo (SP)

02/11/2022 16h13

Sérgio Jimenez, piloto da Stock Car e empresário do ramo de combustíveis, relata que sofreu uma emboscada e foi agredido dentro de uma delegacia, ontem, por manifestantes após furar bloqueios na entrada da cidade de Piedade, em São Paulo.

Em entrevista ao UOL Esporte, Sérgio disse que estava tentando levar um caminhão carregado com combustível a um posto de gasolina do qual é dono quando se desentendeu com um grupo de militantes. Segundo o piloto, eles entraram em um carro e fecharam a passagem do caminhão, que já estava em movimento, e fizeram gestos para que ele desacelerasse o veículo.

"Consegui passar pelo primeiro bloqueio, mas rapidamente um grupo de quatro pessoas em um carro me perseguiu e se posicionou na frente do caminhão com gestos pedindo para eu frear. Tomei um susto e acabei acertando a traseira do carro deles. Depois que isso aconteceu, aceleraram fundo e foram embora", iniciou Sérgio.

Ainda de acordo com o relato do piloto os manifestantes teriam aproveitado um trecho da estrada para realizar uma emboscada e atacá-lo com pedras.

"Quando eu estava chegando na segunda entrada da cidade, eles já estavam posicionados com pedras na mão em cima de uma lombada, onde sabiam que eu precisaria reduzir. Quando eu passei, ficaram gritando e jogaram pedras gigantes em mim, graças a Deus o para-brisa não quebrou", acrescentou.

O piloto ainda afirma que mesmo após sofrer o ataque com pedras os manifestantes continuaram o perseguindo. Então, ele optou por parar direto em uma delegacia. Ao parar o caminhão na porta do local, Sérgio continuou sofrendo tentativas de agressão.

"Segui viagem e achei que tinha acabado, mas continuaram me perseguindo e fui direto para a delegacia. Quando cheguei na delegacia, parei o caminhão para não obstruir a rua, e um deles começou a tentar quebrar o vidro e chutar a porta. A porta acabou quebrando e não conseguia sair do caminhão. Fui para o lado do passageiro e consegui sair. Quando pisei do lado de fora, fui empurrado e levei um soco na frente da delegacia", contou.

O automobilista de 38 anos relata que mesmo dentro da delegacia foi agredido pelos manifestantes com chutes e empurrões — além das ofensas verbais. Ele não condena as manifestações pois, segundo ele, é um direito de todo indivíduo. Mas não concorda com o fato de elas atrapalharem o direito de ir e vir dos outros cidadãos.

Caminhei sem reagir, falei para eles pararem e resolverem na delegacia. Instantes depois veio outro e me deu um chute, dentro da delegacia me bateram, me chutaram, me empurraram na parede e ralei meu braço. O policial pediu para eles pararem, mas eles continuaram me ofendendo enquanto estava parado. Fiquei ali para fazer o BO e amanhã farei o corpo de delito. Meu caminhão está todo quebrado. Estou com machucados, mas nada grave. Passou do ponto a situação. É triste"

Prejuízo estimado em R$ 10 mil

As agressões dos manifestantes só deixaram pequenos machucados em Sérgio, mas seu caminhão não escapou dos danos. Ele estima que terá que gastar pelo menos R$ 10 mil para poder restaurá-lo.

"Tranquilamente levei um prejuízo de uns R$ 10 mil com o caminhão, o para-brisa, a porta e o retrovisor estão quebrados. Mas esse nem é o dano, graças a Deus estou bem, mas se uma pedra daquele tamanho fura o para-brisa, eu morria", lamentou.

A reportagem tentou contato com a Delegacia Geral da cidade de Piedade, em que o caso foi registrado, mas as ligações não foram atendidas. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo também foi procurada, mas não obteve retorno até a publicação. Assim que houver um posicionamento, a matéria será atualizada.