Em seu 14º GP Brasil, Mariana Becker diz por que pilotos amam correr aqui

O holandês Max Verstappen, da Red Bull, já levantou seu segundo título mundial, mas se engana quem pensa que o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 (atualmente chamado GP de São Paulo) não está na mente dos pilotos. Indo para a sua 14ª corrida em terras paulistas, a jornalista Mariana Becker, 51, repórter de F1 da Bandeirantes, contou que a prova em Interlagos está na mira dos atletas há tempos.

Em entrevista ao UOL Esporte, Mari — que se prepara para encontrar seus fãs de São Paulo, hoje (7), em noite de autógrafos para lançamento de seu livro "Não inventa, Mariana" — explicou que a "mística" envolvendo Interlagos, assim como a calorosa torcida brasileira, deixa os pilotos ansiosos pela 21ª parada do Circuito Mundial da principal categoria do automobilismo.

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"Não é só para gente que é muito charmosa, é para os pilotos também. Eles gostam de vir correr aqui. Interlagos faz parte daquele imaginário que alimenta o que faz a gente se apaixonar pela Fórmula 1, que é aquela F1 antiga. Interlagos faz parte dessas pistas antigas onde aconteceram histórias incríveis. Além disso, é uma pista que os caras gostam de pilotar. Tem aquele charme da pista 'antiga' e ao mesmo tempo tem história, tem história dos pilotos brasileiros, do Ayrton (Senna). Todo mundo gosta de um lugar cheio de história", afirmou a jornalista gaúcha.

O GP do Brasil entrou no calendário da Fórmula 1 em 1973 — mesmo tendo sido disputado pela primeira vez no ano anterior — em Interlagos. Em 1978, porém, devido a uma reforma na pista paulistana, a prova foi para Autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Voltou para Interlagos em 1979, e depois de 1981 a 1989 foi realizado na cidade carioca. O retorno à capital paulista aconteceu em 1990, onde permanece desde então (com exceção a 2020, quando não houve GP devido à pandemia de covid-19).

Além da história, a calorosa torcida brasileira faz com que pilotos como o tetracampeão mundial Sebastian Vettel (Aston Martin) e hepta Lewis Hamilton (Mercedes) esteja em contagem regressiva para ligar os motores em terras brasileiras.

"Pelo que eu converso com os pilotos, eles sentem (a festa dos torcedores). Eles veem que a arquibancada está lotada, que tem um monte de gente torcendo por eles, e isso faz uma diferença muito grande. E tem alguns lugares em que a torcida faz tanta festa que eles se contaminam. O México faz muita festa, o Brasil faz muita festa, o Japão também, e voltado direto para o piloto", avaliou Mariana, que inclusive relatou o desejo de Vettel ter um bom desempenho no Brasil em sua temporada de despedida da Fórmula 1.

"Encontrei com o Vettel no paddock [após o anúncio da aposentadoria], disse meus pêsames, que foi um prazer ter coberto todos esses anos. Ele agradeceu, me abraçou e quando eu estava me despedindo, ele me disse: 'mal posso esperar para chegar no Brasil'", contou a jornalista.

E o alemão não é o único. Segundo Mariana Becker, apesar de o título mundial já estar nas mãos de Verstappen, os pilotos estão dispostos a "se entregar" para Interlagos, e porque não, sonhar com um lugar no pódio.

"O que eu posso te dizer é que, independentemente da possibilidade real de vencer, têm muitos caras querendo fazer bonito e sonhando com vitória no Brasil, porque eles adoram correr aqui. O Vettel quer se despedir direito, o Hamilton, que também falou que não via a hora de vir para o Brasil. Para eles, não é qualquer GP. Estou apostando no quanto os caras vão se entregar para Interlagos para poder fazer bonito aqui. Eles estão correndo pelo prazer, então é prazer puro", projetou.

O Grande Prêmio de São Paulo será disputado neste domingo (13), às 15h (de Brasília), no Autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP).