Deiveson Figueiredo cita motivações no UFC e garante: 'Sou o cara do show'
Único campeão brasileiro entre os homens no UFC, Deiveson Figueiredo não se acanha. Fala, provoca, xinga. Mas tudo faz parte da estratégia. Próximo de fazer a quarta luta com Brendon Moreno, a quem já disse odiar, o paraense falou com exclusividade ao UOL Esporte sobre o oponente. O clima ficou quente entre os dois em entrevista coletiva durante a promoção da luta no UFC 283, no Rio de Janeiro, em 2023.
"Falou em Brendon Moreno e Deiveson é sempre esse clima tenso. Eu xingando ele, trabalhando a cabeça dele a todo tempo. Se deixar ele soltinho, cresce. É parte da estratégia, tem que trabalhar a cabeça desse cara. Ele sabe que eu não gosto dele. Já tentou ser meu amigo, não quero. Estamos indo para a quarta luta. Sempre bom ser amigo do inimigo para saber o que ele trama, mas Moreno é sempre a luta que o povo espera. Todos querem ver porque sabem que vai ser um show de porrada", disse o lutador.
Em entrevista recente ao podcast "Trocação Franca", Deiveson afirmou que o UFC "quer o Moreno como campeão". Ele explicou a sensação e garantiu: vai provar que merece estar onde está. A primeira luta, em dezembro de 2020, ficou empatada e o cinturão permaneceu com o brasileiro. Em junho de 2021, Brandon Moreno conseguiu a vitória por finalização no segundo round. No terceiro encontro, Deiveson saiu vitorioso na decisão unânime dos juízes e recuperou o título. A quarta luta marca a unificação dos cinturões do peso mosca, já que Brandon Moreno se tornou campeão interino ao nocautear Kai Kara-France em julho.
"Tenho essa sensação, não sei por que de um tempo para cá, sinto que o UFC meio que me descarta de umas coisas. Mas estou pronto para lutar com ele, mostrar que eu sou o verdadeiro dono do cinturão. Que eu faço o melhor que a organização pede. Sou o cara que entro para dar show no octógono. Todos sabem, não entro para brincar, tocar o adversário, entro para vencer. O UFC sabe disso, sou o cara do show. Todas as minhas lutas vão ser assim. Não me sinto desvalorizado, mas às vezes vejo eles fazendo mídia com o cara. O UFC é o jogo, tem que saber jogar. É uma excelente organização, amo lutar aqui, mas dou o máximo de mim para a organização. Faço o que o público quer, compram o pay-per-view para ver porrada e faço isso."
As motivações de Deiveson
Conhecido como "Deus da guerra", Deiveson teve uma longa caminhada antes de ser lutador de MMA. Agora com 34 anos, foi sushiman, cabeleireiro e mototáxi até chegar onde está atualmente como campeão da categoria peso-mosca (até 57kgs).
"Sou um cara que antes de chegar onde estou, tive uma história. Não nasci em berço de ouro. Até meus 19 anos fui criado em uma fazenda, meu pai sempre criando a gente estudando na cidade e nas férias indo para a fazenda. Trabalhar com animais, no braçal. Com 20, 22 anos conheci o MMA e o jiu-jitsu. Foi amor a primeira vista. Minha primeira luta foi na minha terra natal, em Soure, no Pará, comecei a lutar dentro de Belém. Quando cheguei lá resolvi ficar em Belém e foi aí que passei a ser sushiman. O sushi me manteve lá, depois retornei para Soure e quando voltei a Belém foi para ser cabeleireiro. Fiquei dois anos assim, depois fui mototáxi na cidade. É uma história incrível que tive. Agradeço a Deus por tudo que me proporcionou e por onde estou."
Lutando pelo MMA profissional, Deiveson Figueiredo tem 21 vitórias, 2 derrotas e um empate. Tudo que faz tem um motivo: a família.
"O que me motiva é mudar a história da minha família. Eu trabalhando para isso, certamente vou mudar a história deles. Quero fazer o meu melhor, dar o melhor, deixar aos meus filhos. Ensinar eles a valorizar. Uma hora vou ficar velhinho e eles que vão cuidar de tudo. Sempre estou falando isso para eles, até o menor, de três anos. Tudo que estou construindo é para eles", finalizou.
UFC 283
Na volta do UFC ao Brasil depois de quase três anos, Deiveson terá a oportunidade de lutar em casa. Ele garante que aprendeu com as lutas passadas a traçar o planejamento e seguir nele, sendo profissional em tudo. Além disso, falou sobre a sensação de ter a torcida a seu favor no Rio de Janeiro em 2023.
"Estou feliz. Lutar em casa é incrível. Entrar ali, olhar o estádio cheio, repleto de brasileiros gritando meu nome, passando uma energia positiva. A meta é entrar e sair com a vitória. Correr para a galera e curtir. A TV aberta ajuda a popularizar ainda mais, o público brasileiro vai saber quem é Deiveson Figueiredo. O cara que representa a nação. Esse cinturão é mundial. São vários lutadores que querem. Tenho que estar bem sempre. Representando o Brasil, sempre campeão, mostrar para a nova geração que o Brasil tem potencial sempre", disse.
"O torcedor pode esperar um cara agressivo, que vai entrar para ser campeão. Um cara que pode sair da categoria campeão para dar show na categoria de cima", completou.
A luta vai valer o cinturão do peso-mosca (até 57kgs) e vai ser a primeira vez que dois lutadores se enfrentam pela 4ª vez na história do UFC.
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