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'Envergonharia se berrasse por torturador': o apoio de Isabel à filha

A ex-jogadora de vôlei Isabel Salgado (segunda a partir da esq.), com os filhos Pedro, Maria Clara (à direita), 20, e Carol (segunda a partir da direita) em 2004 - Felipe Varanda/Folhapress/Felipe Varanda/Folhapress
A ex-jogadora de vôlei Isabel Salgado (segunda a partir da esq.), com os filhos Pedro, Maria Clara (à direita), 20, e Carol (segunda a partir da direita) em 2004 Imagem: Felipe Varanda/Folhapress/Felipe Varanda/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

16/11/2022 11h58

Um dos nomes mais importantes da história do vôlei, a ex-jogadora Isabel morreu hoje. Mas deixa um legado importante, não apenas dentro das quadras.

Isabel nunca se escondeu de assuntos importantes e passou isso para Carol Solberg, uma de suas filhas. Em 2020, viu a herdeira se levantar contra o governo de Jair Bolsonaro (PL) ao soltar um "Fora Bolsonaro" durante uma competição nacional.

A atitude de Carol fez com que a filha de Isabel fosse parar no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e a atleta recebeu uma advertência por descumprir um artigo do regulamento do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia.

A advertência não foi motivo de bronca de Isabel, pelo contrário. A ex-jogadora mostrou orgulho da atitude de sua filha.

"A manifestação da Carol foi para lá de lícita e legítima numa entrevista. Eu estranharia se fosse diferente. Eu me envergonharia se ela berrasse a favor de um torturador. Ou enaltecendo uma pessoa que agiu covardemente contra outros. Ou se ela fosse homofóbica ou racista. Eu me orgulho de meus filhos. Do caráter bacana deles. Eu estranho a indiferença das pessoas diante do que está acontecendo no Brasil. Na nossa cara", afirmou em entrevista ao jornal O Globo.

Dois dias antes de morrer, Isabel teria dado mais um passo em sua carreira política ao se juntar ao governo de transição do futuro presidente Lula (PT).