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Calor e umidade preocupam africanos para a São Silvestre

Kebebush Yisma, atleta etíope, em coletiva de imprensa oficial da Corrida Internacional São Silvestre. - Diogo Anhasco/Divulgação
Kebebush Yisma, atleta etíope, em coletiva de imprensa oficial da Corrida Internacional São Silvestre. Imagem: Diogo Anhasco/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

29/12/2022 13h40

Às vésperas da 97ª Corrida Internacional de São Silvestre, que acontece no próximo sábado, cinco atletas estrangeiros participaram de entrevista coletiva oficial do evento hoje. Tudo parecia girar em torno de uma questão: é possível superar os africanos? Pelas respostas dos próprios corredores, o fator climático pode ser prejudicial à performance.

É bem difícil competir debaixo de chuva. A grande questão é ter um perigo de sofrer lesões. Vai ser um desafio, mas vim para enfrentá-lo. Já corri outra vez no Brasil, estava chovendo, não foi fácil, o asfalto às vezes desliza". Kebebush Yisma, atleta etíope

Há possibilidade de chuva na capital paulista no dia da corrida. As temperaturas devem ficar entre 17º e 26º, com previsão de 20º durante o horário da prova.

Yisma tem histórico positivo no Brasil. A etíope venceu as Maratonas Internacionais de São Paulo e do Rio de Janeiro em 2022. No Rio, ela inclusive quebrou o recorde da prova, completando-a em 2h34min33. Esta será sua estreia na São Silvestre.

Quem já tem experiência na corrida é a etíope Wude Ayalew Yimer. A atleta de 35 anos venceu as edições de 2008, 2014 e 2015 da São Silvestre.

Vai ser um pouco difícil, um desafio muito grande. Na Etiópia não costumamos competir em um desafio de chuva. Mas já ganhei três vezes a São Silvestre, e todas foram em dias chuvosos". Wude Ayalew Yimer, atleta etíope.

Conterrâneo de Yimer e Yisma, Tilahun Nigussie citou o risco de lesões. "A prova tem muitas curvas, vai ser bem complicado. Ainda mais porque a chegada tem uma subida. Quando fazemos esforço, pode haver algum deslize. É um desafio, mas estou pronto".

Outros corredores não consideram a chuva um grande problema. Vivian Kiplagat, de Quênia, e Maxwell Rotich, de Uganda, demonstraram mais preocupação com a umidade.

Adaptação ao Brasil

A maioria dos estrangeiros que vêm correr a São Silvestre não está acostumada com as altas temperaturas e com a umidade.

Gosto muito do Brasil, um país muito bonito, as pessoas são muito legais, só acho que aqui é muito quente e úmido. Espero que, apesar disso, eu possa me sentir bem nessa prova". Tilahun Nigussie, atleta etíope

Em Adis Abeba, capital da Etiópia, a média anual de temperatura é de 15,6ºC. Boa parte do país é coberta pelo Deserto de Danakil, o que torna o clima mais seco.

Acostumada a superar as diferenças de temperatura do território brasileiro em relação ao etíope, Yimer demonstrou carinho pelo país.

Tenho uma memória muito boa do Brasil, de provas de pista a maratona, estou muito feliz de competir aqui no Brasil. Desejo que tenha um desenvolvimento no esporte aqui. (...) Estou muito preparada, mas se uma brasileira vencer, vou sentir a alegria que sentiria se eu estivesse vencendo". Wude Ayalew Yimer, atleta etíope.

Não há chuva, calor ou umidade que abale a confiança dos africanos. Com exceção de Yimer, que chegou atrasada à coletiva, todos abriram a entrevista demonstrando acreditar na vitória.

"Muito feliz por estar na minha primeira edição da São Silvestre, me preparei muito bem. Tenho certeza que vou sair vencedora", disse Kiplagat. Rotich, Yisma e Nigussie deram declarações similares.

Quando é a 97ª Corrida Internacional de São Silvestre?

Data: 31 de dezembro (sábado)

Horário: 7h40 - Elite Feminina; 8h05 - Elite Masculina