Campeão olímpico no vôlei de praia, Bruno Schmidt anuncia aposentadoria

Campeão olímpico no vôlei de praia no Rio de Janeiro, em 2016, Bruno Schmidt anunciou sua aposentadoria do esporte profissional neste domingo (22), em entrevista à TV Globo. Ele tem 36 anos e diz que ainda não definiu o que fará de agora em diante.

• Além dos Jogos Olímpicos de 2016, Bruno Schmidt foi campeão mundial de 2015 (Holanda), campeão do circuito mundial de 2015, bicampeão do World Tour Finals 2015 (Estados Unidos) e 2016 (Canadá) e bicampeão do circuito brasileiro (2012/2013 e 2015/2016).
• Sua dupla mais emblemática no vôlei de praia foi Alison, entre 2014 e 2018. Também atuou com Pedro Solberg, Billy, Benjamin, Fábio Luiz, Saymon e Evandro, com quem atuou nos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio. Eles chegaram às oitavas de final.
• A carreira começou no vôlei de quadra em 2002, no Iate Clube de Brasília. A transição para a praia foi em 2004.
• Bruno Schmidt é sobrinho do lendário ex-jogador de basquete Oscar Schmidt e do apresentador de TV Tadeu Schmidt.

Vim oficializar minha aposentadoria. É uma decisão que não foi de ontem para hoje, já venho pensando nela há um tempo (...) Nos últimos três anos em cada ano meu pensamento foi: 'será que dá só mais um pouquinho?'. O momento atual, me comparando com 2015, 2016, me machuca mais que as dores (...) Quando comecei a enxergar que não poderia mais vencer tudo, ser o melhor jogador, perdeu um pouco do encanto para mim."

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Lembre: Bruno Schmidt foi para a UTI com 70% dos pulmões comprometidos

Em entrevista ao "Esporte Espetacular", Bruno Schmidt indicou que não deve permanecer no esporte, mesmo em funções fora de quadra. Ele mencionou que é formado em Direito e que a área tem cativado: "Vou encarar esse desafio". Sobre a carreira no vôlei, afirma que "não faltou nada".

Segundo Bruno Schmidt, sua principal influência para entrar no vôlei foi o tio Tadeu Schmidt, que antes de cursar Comunicação tentou carreira no esporte. Ele hoje é apresentador do Big Brother Brasil na Globo. "Se o fato de eu ter jogado vôlei tiver ajudado, valeu a pena demais. Esportista chega ao fim da carreira um dia, mas é uma pena, porque eu adorava ver o Bruno jogar e foi sem dúvida um dos eventos esportivos em que mais vibrei na minha vida [Jogos Olímpicos de 2016]", disse o tio.

Nas quadras, Bruno se destacou pela boa leitura de jogo para defender, um passe de muita qualidade e outros recursos técnicos, que lhe renderam o apelido de "mágico" pelos espaços que acha na quadra. O jogador, que sofreu com descrença no início de carreira e foi chamado de pequeno demais para o vôlei de praia porque tem 1,85 m, acabou com as incertezas sendo eleito o melhor jogador do mundo em 2015 e subindo ao topo do pódio nas areias de Copacabana, no ano seguinte.

Entre fevereiro e março de 2021, Bruno Schmidt sobreviveu à covid-19. Ele ficou 13 dias hospitalizado, sendo cinco dias na UTI (Unidade de terapia intensiva), e teve 70% dos pulmões comprometidos por causa de uma infecção. Num longo depoimento ao UOL, Bruno disse que tinha medo de ser intubado: "Em uma UTI, sozinho e em uma situação de risco, você começa a pensar só em coisa ruim, infelizmente".